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Antes da visita a Lula, Mujica (com o megafone) falou com os militantes da vigília “Lula Livre”. | Albari Rosa/Gazeta do Povo
Antes da visita a Lula, Mujica (com o megafone) falou com os militantes da vigília “Lula Livre”.| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

Em visita ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na superintendência da Polícia Federal em Curitiba, nesta quinta-feira (21), o ex-presidente uruguaio Pepe Mujica disse que encontrou Lula bem humorado e mais magro. Disse ainda que conversaram sobre os problemas da América Latina e sobre futebol.

Em conversa com os jornalistas após deixar o prédio da PF, Mujica afirmou que Lula foi muito cordial. “Fazia tempo que eu não o via. Pertenço a um país pequeno. Quando Lula foi presidente desse país gigantesco, teve muita consideração com os países pequenos da América Latina”, disse. “Temos que reconhecer, e reconheceremos sempre.”

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“O Brasil se comportou como um irmão maior no governo Lula”, diz Mujica

Pela atenção que Mujica disse ter recebido do ex-presidente Lula durante os oito anos de mandato do petista, afirmou que, em sua visão, “o Brasil se comportou como um irmão maior”. O uruguaio, que disse que sua pátria é a América Latina, afirmou esperar que o Brasil se recupere, até para que o Uruguai não sofra as consequências de uma eventual crise que se alastre pelo continente. “Se o Brasil anda bem, nós andamos bem. Se o Brasil anda mal, nós andamos mal.”

Ao classificar Brasil e Argentina como países vizinhos gigantes, disse que, se um desses vizinhos se resfria, o Uruguai fica gripado. E fez um apelo para que os países da América do Sul fortaleçam laços para que o continente possa resistir ás movimentações econômicas do futuro.

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“Não vou ver, tenho 85 anos, mas o mundo que virá necessita que os latino-americanos tenhamos a astúcia e a grandeza de darmos conta de que temos que ter fortes vínculos [entre os países]. Senão, no mundo que vier, não existiremos”, avaliou. “Somos a 10% da economia do mundo. Um país colossal como o Brasil, a política deve olhar 30 anos adiante, não se conformar com o hoje, senão perdemos o rumo”.

Questionado sobre o que pensa da democracia no país e da prisão de Lula, Mujica disse que não pensa. “Me faço perguntas e tenho incertezas.” E ao ser perguntado se acredita que Lula terá condições legais de efetivar sua candidatura à presidência da República, respondeu com bom humor: “O que sei eu? Se vocês não sabem...”

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Discurso em vigília e confusão

Antes da visita a Lula, Mujica fez um discurso rápido à militância da vigília “Lula Livre”. E afirmou que afirmou que homens e mulheres podem estar presos, mas que as causas nunca estarão. “Lula somos todos. Todos os que têm problemas na América Latina.”

Enquanto Mujica se dirigia ao local onde ficam os militantes, uma senhora que está em um dos acampamentos próximos à PF tentou segurar em seu braço para segui-lo. Ao chegar no espaço reservado pela militância, foi contida por integrantes do grupo, alguns com coletes onde se lia a inscrição “disciplina MST”. Irritada, passou a gritar com aqueles que a seguravam e foi colocada em uma cadeira, logo atrás de onde falava Mujica.Instantes depois, levantou novamente e passou a gritar “fascistas” a alguns daqueles que tentaram contê-la, antes de deixar o local.

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