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“A política externa vem se atrofiando com medo de ser criticada. Não tenho medo de sofrer, de ser criticado”, declarou Ernesto Araújo. | Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
“A política externa vem se atrofiando com medo de ser criticada. Não tenho medo de sofrer, de ser criticado”, declarou Ernesto Araújo.| Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, afirmou nesta quarta-feira (2), ao assumir o cargo, que pretende implementar uma política comercial “adequada aos dias de hoje” e não presa ao “globalismo para agradar outras nações”.

“Os acordos comerciais que o Brasil acertou no passado ou que ainda está discutindo partem de um princípio de submissão. Devemos negociar (com outros países) a partir de uma posição de força”, afirmou. “O Itamaraty voltou porque o Brasil voltou.”

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Na fala de 30 minutos, Araújo fez mais um aceno à política externa americana, ao dizer que vai dar o apoio à reforma da Organização Mundial do Comércio (OMC). O pleito é um dos principais de Donald Trump, que enviou seu secretário de Estado, Mike Pompeo, à posse de Jair Bolsonaro. No mesmo sentido, o chanceler disse que vai apoiar na ONU as agendas do Brasil e não das ONGs.

“A política externa vem se atrofiando com medo de ser criticada. Não tenho medo de sofrer, de ser criticado”, declarou. “Não tenho medo de ser brasileiro, não tenho medo.”

Elogios a Israel e Estados Unidos

Ao defender uma diplomacia brasileira preocupada com questões nacionais e contra o globalismo, Araújo disse que admira o “exemplo de Israel, que nunca deixou de ser nação mesmo quando não tinha solo”. Daí adiante, citou os Estados Unidos, de Trump, e os países latino-americanos que, segundo ele, se “livraram do Foro de São Paulo”. O novo chanceler disse também admirar a “luta do povo venezuelano contra a tirania de (Nicolás) Maduro”.

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Araújo disse admirar ainda as chancelarias italiana, húngara e polonesa. Os três países têm em comum o fato de ter tido uma guinada à extrema-direita nos últimos anos. “Nós admiramos aqueles (países) que se afirmam”, comentou.

Mesmo sem citar nominalmente chanceleres anteriores a ele, Araújo disse que se arrisca a dizer que a “diplomacia brasileira estava fora de si mesma”. “O Itamaraty não pode achar que pode ser melhor que o Brasil. Estou certo de fazer o Itamaraty mais fiel a si mesmo e ao Brasil”, afirmou.

Citações a Raul Seixas e Renato Russo

Em seu discurso, Araújo chamou a atenção por citações aos músicos Renato Russo e Raul Seixas, ao filme “Independência ou Morte”, no qual Tarcísio Meira interpreta dom Pedro 1º, e à novela “O Direito de Nascer”, exibida dos anos 1960. O novo chanceler também recitou a oração Ave Maria em tupi.

Começou com o trecho da Bíblia com que Bolsonaro costuma abrir seus discursos. “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”. “Não estamos aqui para trabalhar pela ordem global, estamos aqui para trabalhar pelo Brasil”, e isso “é lembrar da pátria, não é lembrar do artigo da Foreign Affairs, ou da matéria do New York Times”, discursou. “É preciso ler menos o New York Times e mais José de Alencar, é preciso escutar menos a CNN e mais Raul Seixas”, continuou.

O chanceler mencionou “um brasiliense ilustre”, o compositor Renato Russo. “É só o amor, é só o amor que conhece o que é verdade”, citou. “É só o amor que explica o Brasil”, disse Araújo, ao citar a música de Russo que é a versão musicada do capítulo 13 de 1 Coríntios da Bíblia.

Assista ao discurso na íntegra

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