• Carregando...
Lorenzoni foi relator das Dez Medidas Contra a Corrupção na Câmara e defendeu as propostas do MPF. | Antonio Cruz/Agência Brasil
Lorenzoni foi relator das Dez Medidas Contra a Corrupção na Câmara e defendeu as propostas do MPF.| Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

Integrante de várias CPIs ao longo de quatro mandatos e relator das Dez Medidas Contra a Corrupção, o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) está vivendo dias de outro lado da moeda, citado na delação da JBS como beneficiário de caixa 2. Onyx assumiu esse ônus na sua biografia e veio a público pedir desculpas pelo episódio.

O parlamentar gaúcho admitiu que recebeu R$ 100 mil do presidente da Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carnes (Abiec), Antônio Jorge Camardelli. A JBS integra o conselho dessa entidade e os nomes de Onyx e de outros deputados gaúchos apareceram na delação. As declarações do deputado do DEM foram emitidas na semana passada a emissoras gaúchas. Procurado durante toda a semana passada pela Gazeta do Povo, o parlamentar não retornou para comentar o assunto.

Na Câmara, Onyx colecionou desafetos ao se alinhar com os procuradores da Lava Jato, em especial Deltan Dallagnol, com quem se reuniu várias vezes para debater as propostas das Dez Medidas Contra a Corrupção. O espírito corporativo da casa, que tem dezenas de seus integrantes citados e investigados em casos de corrupção, falou mais alto e, por votação acachapante, as Dez Medidas foram desidratadas.

O deputado afirmou que o recurso que recebeu da JBS, via Abiec, foi um empréstimo para pagar despesas de fim de campanha, mas reconheceu que errou ao não declará-lo na sua prestação de conta. “Estou assumindo como homem tem de fazer. Sem declaração na prestação de conta. Todos os outros foram [declarados]. Foi apenas este recurso. E quero pedir desculpas aos eleitores do Rio Grande do Sul. Mas vou assumir um erro que cometi”, disse Onyx a emissoras de rádio.

O parlamentar disse ainda que iria procurar o Ministério Público e antecipar sua defesa e se explicar. “Quero continuar andando pelas ruas do Rio Grande do Sul olhando de cabeça erguida. Eu não minto. Isso não muda a minha trajetória política. Vou me submeter ao julgamento dos gaúchos e gaúchas. Tenho uma trajetória de 24 anos sem nunca ter tido um processo relacionado a bandalheira”. O risco para Onyx é, antes de se submeter aos gaúchos nas eleições de 2018, ser alvo de um processo no Conselho de Ética da Câmara e colocar seu mandato sob risco. Mas, até o momento, nenhum partido representou contra ele. “É uma situação delicada. Ao assumir, ele tornou-se réu confesso”, disse um integrante do conselho, que pediu anonimato.

Ao longo desses anos, o deputado tornou-se um dos algozes de ponta do PT. Mesmo nesse momento de fragilidade, Onyx não deixa de atirar farpas nos petistas. E se defendeu desse imbróglio da JBS atacando. “Quando fui relator das Dez Medidas me incomodava tanto isso. E buscava endurecer tanto para quem doa como para quem recebe. O cara da JBS está lá, lépido e faceiro. Pegou milhões emprestados e tá aí, solto e passeando por Nova York. No meu caso, quero reafirmar que nem a quadrilha do Lula, nem a da Odebrecht e nem a da JBS fizeram qualquer correlação [de seu nome] com corrupção.”

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]