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Senadores Vanessa Grazziotin (PCdoB), Gleisi Hoffmann (PT) e Randolfe Rodrigues (Rede): oposição articula impeachment de Temer. | Marcos Oliveira/Agência Senado
Senadores Vanessa Grazziotin (PCdoB), Gleisi Hoffmann (PT) e Randolfe Rodrigues (Rede): oposição articula impeachment de Temer.| Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

A oposição no Senado se reuniu logo após a notícia do suposto áudio do presidente Michel Temer autorizando a compra do silêncio do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Os senadores montaram um plano de ação que consiste em um pedido de impeachment e pressão pela renúncia do presidente e pela paralisação da análise das reformas do governo no Congresso Nacional.

Na Câmara, as bancadas de seis partidos de oposição soltaram nota conjunta em que defendem a renúncia imediata de Temer e a realização de novas eleições presidenciais. Assinam a nota o PT, PCdoB, PSB, PSOL, Rede e PDT.

“Ele tem que renunciar ao mandato de imediato e o Brasil precisa de uma convocação de eleições diretas. É a única maneira que temos de pacificar o país e resolver o que estamos vivendo”, afirmou Gleisi Hoffmann (PT-PR), líder do PT no Senado. A senadora disse que a situação é gravíssima e que há provas concretas do envolvimento do presidente. A Constituição Federal não permite eleição direta nesta situação, mas indireta.

A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) afirmou que não é possível seguir com a pauta de votações do Congresso, que está focado na aprovação das reformas do governo Temer. “Diante da gravidade dos fatos, entendemos que é impossível continuar com a pauta. É uma pauta que mexe estruturalmente com o país, mas não há mais legitimidade nesse governo.”

O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) disse que já está em contato com parlamentares da base do governo para buscar apoio para a antecipação das eleições presidenciais para outubro de 2017. “Estou conversando com senadores da base que acham que o governo acabou. Achamos que a saída tem que passar pelo povo, pelas eleições diretas”, disse.

O senador Roberto Requião (PMDB-PR) divulgou há pouco um vídeo pelas redes sociais no qual afirma que a única saída para o país é a eleição direta em todos os níveis. “Só temos uma saída, a vaca foi para o brejo e levou a corda. A solução é eleição direta, diretas já, em todos os níveis. Diretas no Senado, para deputado, para o presidente da República (...) para que os brasileiros digam o que querem fazer com nosso País”, disse o senador em um vídeo transmitido ao vivo e feito em um aeroporto.

Pedidos de impeachment

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) divulgou vídeo afirmando que vai protocolar já nesta quinta-feira (18), um pedido de impeachment do presidente Michel Temer. Um pedido para cassar Temer com base na denúncia da gravação já foi protocolado pelo deputado Alessandro Molon (Rede-RJ) na Câmara dos Deputados.

Mais tarde, o terceiro-secretário da Câmara, o deputado João Henrique Holanda Caldas (PSB-AL), também protocolou na Casa outro pedido de impeachment do presidente por crime de responsabilidade.

Na Câmara, já há atualmente outro pedido de impeachment contra Temer aberto por ordem do ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF). A decisão do ministro é de abril do ano passado. Desde então, a comissão especial que analisará esse primeiro pedido ainda não foi instalada na Casa. Isso porque líderes de partidos da base aliada resistem a indicar os deputados de suas bancadas para compor o colegiado.

Sobre os novos pedidos, caberá ao presidente das Câmara, Rodrigo Maia (DEm-RJ), decidir se abre ou não a investigação que pode culminar na cassação de Temer.

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