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Delegado Waldir, líder do PSL na Câmara: “Estamos dando a demonstração que acho que o mercado esperava, que o presidente Rodrigo Maia esperava de ser o primeiro partido a fechar questão, estamos dando exemplo.” | Cleia Viana/Câmara dos Deputados
Delegado Waldir, líder do PSL na Câmara: “Estamos dando a demonstração que acho que o mercado esperava, que o presidente Rodrigo Maia esperava de ser o primeiro partido a fechar questão, estamos dando exemplo.”| Foto: Cleia Viana/Câmara dos Deputados

O PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro, fechou questão a favor da reforma da Previdência nesta quinta-feira (28), obrigando os seus 54 deputados a aprovarem a medida. Segundo o líder da bancada, Delegado Waldir (GO), e o presidente da sigla, deputado Luciano Bivar (PE), pelo regimento, quem contrariar a decisão estará sujeito a expulsão.

“Estamos dando a demonstração que acho que o mercado esperava, que o presidente [da Câmara] Rodrigo Maia (DEM-RJ) esperava de ser o primeiro partido a fechar questão, estamos dando exemplo”, afirmou Waldir, após reunião da bancada em Brasília.

Nem ele nem Bivar quiseram comentar o bate-boca entre Maia e Bolsonaro, que ajudou a contaminar o ambiente na Câmara contra o governo. Em reação, o dólar subiu e a Bolsa caiu nos primeiros dias da semana. Nesta quinta, os mercados revertem o movimento, graças aos sinais de apaziguamento entre os presidentes da Câmara e da República.

O líder foi um dos deputados do PSL que vocalizaram a divisão interna quanto à reforma ao compará-la a um abacaxi que o governo queria que a Câmara descascasse com os dentes. “Tem que trazer a faca para ajudar a descascar”, disse dias atrás.

Agora, o governo trouxe a faca. O ministro Paulo Guedes, da Economia, convidou a bancada para se dividir em dois grupos para debater o texto na semana que vem na Pasta. “Vamos discutir ao longo do tempo as adequações necessárias para que atenda aos anseios dos nossos parlamentares”, afirmou o líder.

“Vão detalhar para nós as minúcias para que a gente tenha argumentos na ponta da língua para poder passar em qualquer argumentação contrária”, continuou, dizendo que a reforma no regime dos militares também será debatida. “Talvez algumas explicações não estejam sendo eficientes ainda, mas vamos cuidar disso.”

Waldir afirmou que Guedes fará o mesmo com todos os partidos da Câmara. Negou que o PSL tenha um papel de facilitador da reforma na Casa. “É papel do governo e ele já está fazendo isso.”

Dos 54 deputados do PSL, 32 participaram da reunião. A bancada, que nunca foi unida, viveu momentos de desgaste desde a chegada da reforma da Previdência à Câmara. A permanência de Waldir foi questionada internamente, bem como as dos líderes do governo na Câmara, Major Vitor Hugo (GO), e no Congresso, Joice Hasselmann (SP).

“Esse assunto foi só fofoca de bastidores”, minimizou Waldir. “O PSL está unido, PSL está fechado. Temos debate, na casa de vocês não tem debate, não? Viemos de matizes diferentes, empresário, jornalista, militar, delegado”, seguiu. “O PT tem 50 facções. Somos um grupo em que uma ou outra pessoa tem ideia diferente, idade diferente, sexo diferente, torcedor de time diferente, estado diferente, não tem jeito”, completou.

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