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Fila por combustível em Curitiba nesta sexta (25): em valores corrigidos pela inflação, preço médio nacional da gasolina chegou a passar de R$ 5 por litro na década passada. | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
Fila por combustível em Curitiba nesta sexta (25): em valores corrigidos pela inflação, preço médio nacional da gasolina chegou a passar de R$ 5 por litro na década passada.| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

O preço médio da gasolina nas bombas do país chegou a R$ 4,44 por litro na semana entre 20 e 26 de maio, em meio à crise de abastecimento provocada pela greve dos caminhoneiros. É o valor mais alto já apurado nas pesquisas da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

Mas a atualização dos valores do passado pela inflação mostra que, em termos reais, o combustível já esteve mais caro – pelo menos quando se considera a média nacional, que dilui preços extremos, como os observados nos últimos dias em meio à escassez do combustível.

Em algumas ocasiões da década passada, o preço médio no país ficou perto de R$ 5 por litro, ou até acima, caso dos quatro primeiros meses de 2003. Em fevereiro daquele ano, o litro foi vendido por uma média de R$ 2,22 nos postos brasileiros, o equivalente a R$ 5,21 em valores atualizados, considerando-se a inflação acumulada desde então – de 134%, conforme a medição do IPCA.

SÉRIE HISTÓRICA:Os preços da gasolina, do etanol e do diesel desde 2001

O período entre março e maio de 2006 também foi de preços elevados. Em abril daquele ano, a média nacional foi de R$ 2,60 por litro, ou R$ 5 a preços de hoje.

Outra forma de mensurar o peso da gasolina hoje é compará-lo com a renda do trabalhador. Em fevereiro de 2003, um salário mínimo (então em R$ 200) comprava cerca de 90 litros do combustível (que custava R$ 2,22, na média nacional). Atualmente, o valor do mínimo (R$ 954) equivale a quase 215 litros de gasolina (R$ 4,44).

Há uma diferença importante entre a política de preços da Petrobras naquela época e a praticada hoje. Desde julho do ano passado, a estatal vem repassando ao consumidor quase que diariamente as flutuações de preço do petróleo no mercado internacional. Antes esse repasse era mais espaçado. E com alguma frequência a empresa, por orientação do governo, reduzia sua margem de lucro para evitar maiores altas na bomba.

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Em julho de 2008, por exemplo, o barril do petróleo passava de US$ 140 – mais de R$ 230 pela cotação da época, ou cerca de R$ 400 em valores atualizados. Naquele mês, o preço médio da gasolina nas bombas foi de R$ 2,50 por litro, ou R$ 4,35 em valores atuais. Nos últimos dias, o petróleo estava mais barato – abaixo de US$ 80 por barril, o equivalente a R$ 290 – e a gasolina, mais cara (R$ 4,44).

Etanol

Os preços do etanol são os que estão mais longe do pico histórico. Na semana passada, o derivado de cana foi vendido a R$ 2,82 por litro, em média, nos postos do país. Na série corrigida pela inflação, o valor mais alto foi o de março de 2006 – atualizado, o preço nominal de R$ 1,95 da época corresponde hoje a R$ 3,76 por litro.

Diesel

Quem realmente bateu recorde – nominal e também em termos reais – foi o preço do diesel, estopim da greve dos caminhoneiros. Na semana passada, o combustível foi vendido por uma média de R$ 3,79 por litro em todo o país. Até então, o preço médio mais alto da história, em valores atualizados, era o de outubro de 2005 – R$ 1,89, equivalente hoje a R$ 3,72.

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