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Senador Alessandro Vieira: “Alguns setores do STF configuram, sem dúvida, o que se denomina caixa-preta”. | Pedro França/Agência Senado
Senador Alessandro Vieira: “Alguns setores do STF configuram, sem dúvida, o que se denomina caixa-preta”.| Foto: Pedro França/Agência Senado

Autor do pedido de criação de uma CPI para investigar denúncias envolvendo juízes de cortes superiores, o senador Alessandro Vieira (PPS-SE) disse que houve pressão de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) para que seus colegas de Senado retirassem suas assinaturas.

Ministros STF atuaram nos bastidores, durante o fim de semana, para que o Senado recuasse da abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar o “ativismo judicial”. Apelidada de “Lava Toga”, a CPI foi enterrada após três senadores – Katia Abreu (PDT-TO), Rasso Jereissati (PSDB-CE) e Eduardo Gomes (MDB-TO) – retirarem o apoio.

Katia Abreu, em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo, inclusive admitiu ter conversado por telefone com o ministro do STF Gilmar Mendes antes de retirar a assinatura. Mas ela disse que tomou essa decisão para não criar uma crise institucional entre Poderes.

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A seguir, leia a entrevista do senador Alessandro Vieira:

Como o sr. recebeu a retirada das assinaturas?

Não conversei com os dois [os senadores Tasso Jereissati e Kátia Abreu] sobre os motivos [da retirada das assinaturas da CPI]. Vou conversar. Quem tem de se preocupar com isso são os eleitores deles.

A que o sr. atribui esse recuo?

Recebo com uma certa naturalidade, uma vez que havia uma pressão muito grande contra a concretização da CPI.

O sr. considera que o Supremo é uma caixa-preta?

Alguns setores do STF configuram, sem dúvida, o que se denomina caixa-preta.

Acha que houve pressão do Judiciário pela retirada das assinaturas, com o argumento de que isso poderia abrir uma guerra entre os Poderes?

A pressão de alguns ministros aconteceu e ela foi ostensiva. Houve ameaça de retaliação em relação ao plano econômico, de uma crise institucional.

Os críticos da CPI dizem que seria uma vingança contra o ministro Dias Toffoli por ter derrubado o voto aberto [na eleição para presidente do Senado].

Não tem cabimento nenhum essa alegação. Não tenho vinculação com nenhum tipo de grupo político. A proposta é uma demanda da sociedade.

O sr. acredita que a CPI pode abrir uma guerra entre os Poderes?

A democracia foi suficientemente testada. O Brasil passou dessa fase, mas existem pessoas que tentam se aproveitar desse tipo de ameaça para manter seus privilégios.

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