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Dom Luiz Philippe de Orleans e Bragança. | Arquivo pessoal / Facebook
Dom Luiz Philippe de Orleans e Bragança.| Foto: Arquivo pessoal / Facebook

O movimento monarquista brasileiro quer ocupar cadeiras na Câmara dos Deputados e nas assembleias legislativas estaduais a partir do ano que vem e começaram a ser lançados candidatos do grupo a deputado federal e estadual. Entre eles, Dom Luiz Philippe de Orleans e Bragança, sobrinho do chefe da Casa Imperial do Brasil, o príncipe Dom Luiz de Orleans e Bragança. 

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“A monarquia faz parte da identidade nacional. Quanto mais nos distanciamos dessa identidade, pior ficamos. E quanto mais próximo, melhor para todo o conjunto. Essa vontade de resgate da identidade nacional permeia vários partidos. Há mais gente entendendo que é preciso resgatar essa identidade”, afirmou Dom Luiz Philippe, à Gazeta do Povo. 

O príncipe anunciou sua pré-candidatura no final de fevereiro e deve disputar as eleições para deputado federal pelo partido Novo, pelo estado do São Paulo. Sua plataforma será focada em limitar o poder do Estado na vida das pessoas. Na economia, passando por um não-intervencionismo e valorização do livre mercado, e nos costumes garantindo pautas conservadoras, como acesso a armas para civis e valorização da família e da vida. “Sou contra o aborto. Não deveríamos nem discutir isso, pois abre debates como a pedofilia e também o matricídio. Abre um caos”, disse Luiz Philippe. 

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A atuação parlamentar dos monarquistas não tem como objetivo único e direto o restabelecimento do regime monárquico, ou pelo menos não imediatamente. O príncipe, que é cientista político, empresário e ativista político, avalia que há diversas pautas que resgatam o que ele chama de boas práticas que existiam no Brasil Império, mas em uma democracia republicana. 

Como exemplo disso, Dom Luiz Philippe cita a criação de um Poder Moderador. “Não precisamos ter um rei necessariamente. Podemos ter um conselho de Estado associado a esse Poder Moderador. Pessoas de alto conhecimento, não remuneradas e que tem interesse do bem comum. Ter uma separação de poderes, cada vez maior, entre o Regulador e o Executivo, isso já pode ocorrer dentro da república. Tem várias estruturas do Brasil Império que poderiam ser colocadas em prática desde já, mas não são feitas pois significariam menos poder para quem está no poder. Trabalho para uma estabilização do país e estou sempre sensível à possibilidade de uma evolução para um sistema monárquico futuro”, diz Luiz Philippe. 

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As agendas conservadoras nos costumes e liberais na condução econômica são predominantes entre os representantes do movimento monarquista. Para Luiz Philippe, já há parlamentares com atuação conduzida por esses princípios, mas ele avalia que faltam políticos que debatam temas específicos dessas vertentes de pensamento, como uma reforma do Estado. 

Entre essas mudanças, ele destaca a redução do poder da Presidência da República e do Executivo. “Ele tem o poder de controle da economia, do Orçamento. Não precisa fazer uma reforma do modelo político brasileiro. Isso é de cada governante. As reformas que estou propondo são no sistema eleitoral, para o voto distrital. Autonomia dos entes federativos e estados. Hoje a União controla muito, não era para controlar tudo assim. Temos um problema de soberania. O povo não tem o poder de limitar o crescimento do Poder Federal. E fica submisso aos governantes”, disse. 

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Questionado se ao virar deputado ele estaria abdicando de uma posição de destaque no debate público, que ele tem como membro da família real, e se equiparando a um cidadão comum, ele respondeu: “Vou cair na vala comum e estarei sujeito a toda crítica e ataque condizente à lama que foi jogada a política brasileira. Estou numa zona de conforto, mas tenho de fazer isso (lançar a pré-candidatura). Vejo como necessidade. A corrupção conseguiu eliminar o debate político no poder público”, afirmou. 

Dom Luiz Philippe não está linha sucessória real. Ele é filho do Príncipe Dom Eudes de Orleans e Bragança, que em 1966 renunciou a seus direitos ao Trono. A Casa Imperial do Brasil emitiu uma afirmando que não apoiaria a candidatura. “Lembramos que Dom Luiz Philippe não tem direitos ao Trono e, não sendo dinasta, é livre para atuar na política partidária. O Príncipe Dom Luiz de Orleans e Bragança, Chefe da Casa Imperial do Brasil, tanto por si, tanto por seus maiores, nunca endossou e nem endossará qualquer candidatura política, ainda que de um de seus estimados sobrinhos”, afirma a nota. 

 Outros candidatos monarquistas nas eleições deste ano 

Outros pré-candidatos já são considerados dentro do movimento monarquista para as eleições deste ano, para a Câmara dos Deputados e para as Assembleias Legislativas. Gastão Reis deve ser candidato a deputado federal pelo partido Novo, pelo Rio de Janeiro. Ele participou no Plebiscito de 1993 e já disputou eleições assumindo sua posição monárquica. 

Mateus Soares Neto deve se lançar pelo PSL, pelo Amazonas, a deputado estadual. Ele tem atuação na militância pró-monarquia e organiza atos e movimentos populares da causa. 

Também pelo PSL deve disputar o advogado André Miranda, como deputado estadual no Rio. Ele é líder da Organização Imperial do Brasil (OIB). 

Ezequiel Novais deve disputar como deputado estadual por Minas Gerais, também pelo Novo. O chanceler do Círculo Monárquico de Montes Claros, e líder da OIB MINAS é autor de ideia Legislativa que contou com mais de 36 mil apoios e se transformou na Sugestão Legislativa 18/2017, que pede o Referendo pela restauração da monarquia parlamentarista.

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