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| Foto: Evaristo Sá/AFP

A bancada do PSDB, quarta a ser recebida pelo presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) nesta semana, é mais uma que deixou o encontro sinalizando que vai aderir ao futuro governo. Na saída da reunião, em Brasília, os deputados tucanos disseram ter tido boa impressão de Bolsonaro e que há grande chance de convergência das pautas econômicas defendidas pelo presidente eleito e pelo partido. “Era a coisa que o PSDB faria, as reformas, caso tivesse sido eleito”, disse o deputado e senador eleito Izalci Lucas (DF).

O líder do PSDB na Câmara dos Deputados Nilson Leitão (MT) disse que o partido está disposto a ajudar o Brasil, mas que “não precisa entrar no governo para isso”. O deputado falou que os o partido vai apoiar as reformas ligadas à “agenda tucana” e defendeu que Bolsonaro aproveite o capital político do início do mandato para aprovar mudanças no Congresso.

“O governo Bolsonaro vai ter apoio para tudo aquilo que também é a agenda tucana, como todas as reformas. Essa é a agenda que nos une: a reforma previdenciária, tributária, pacto federativo, redução da máquina pública. São temas que foram debatidos e é o que ele também deseja”, disse Leitão.

Durante a campanha eleitoral, o candidato tucano a presidente, Geraldo Alckmin, fez duras críticas ao hoje presidente eleito. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) também vem defendendo que o partido seja de oposição.

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Após excluir as cúpulas partidárias das negociações para formação do seu governo, Bolsonaro tem recebido em Brasília bancadas dos partidos na Câmara. Além do PSDB, ele já teve encontros com as bancadas do MDB, PRB e PR.Todos indicaram que podem apoiar Bolsonaro.

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Na reunião com a bancada tucana, Bolsonaro e seus aliados ressaltaram a importância simbólica que teria, para a nova gestão, uma adesão do PSDB, que governou o país de 1995 a 2002. De acordo com os parlamentares tucanos, Bolsonaro reconheceu o papel histórico do PSDB e enalteceu particularmente a ação dos tucanos no processo de destituição de Dilma Rousseff (PT), em 2016.

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Foi em torno desse assunto que houve o momento de maior descontração da reunião. O líder da bancada, Nilson Leitão (MS), disse que os tucanos fracassaram quatro vezes na tentativa de derrotar o PT, façanha conseguida agora por Bolsonaro.Segundo vários deputados ouvidos pela reportagem, nesse momento o presidente eleito comemorou, com os braços erguidos, em meio a risos gerais, afirmando: “Foi muito gostoso [vencer o PT]!”

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No momento mais emotivo do encontro, o presidente eleito chegou a chorar quando a deputada federal Mara Gabrilli (SP), eleita senadora, relatou como mudou a percepção que tinha dele na Câmara. Um dos discursos que levaram o presidente eleito a manter o Ministério dos Direitos Humanos foi feito por ela durante visita da bancada feminina a Bolsonaro, no mês passado.

Ainda de acordo com os tucanos, Bolsonaro falou demoradamente sobre meio ambiente e a necessidade de remover o que ele considera como entraves dessa área ao desenvolvimento do país. Um dos cotados para ocupar o Ministério do Meio Ambiente é o ex-tucano Xico Graziano, fundador do partido e aliado do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

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