• Carregando...
 | George Gianni/ PSDB/Fotos Públicas
| Foto: George Gianni/ PSDB/Fotos Públicas

Autor do pedido que pode cassar a chapa Dilma Rousseff e Michel Temer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o PSDB desembolsou R$ 300 mil em 2015 para pagar esse serviço ao escritório Alckmin Advogados, que impetrou com a ação. A nota fiscal do escritório foi emitida em 13 de agosto daquele ano e com a seguinte descrição da despesa: “prestação de serviços advocatícios perante ao TSE em ações de Aije (Ação de Investigação Judicial Eleitoral) e Aime (Ação de Impugnação de Mandato Eletivo)”.

Leia mais: Tudo que você precisa saber sobre o julgamento que pode tirar Temer da Presidência

A ação que será retomada na noite desta terça (6) pelo TSE junta duas Aijes, uma Aime e uma representação, todas de autoria do PSDB. O escritório é do renomado advogado José Eduardo Alckmin, que já foi ministro do TSE, e defende não só o PSDB como atua também na defesa do presidente afastado do partido Aécio Neves (MG), nos casos da Lava Jato. O recurso pago ao escritório de Alckmin é do Fundo Partidário, dinheiro público distribuído aos partidos políticos de acordo com o tamanho de suas representações no Congresso Nacional.

A questão é que o PSDB entrou com a ação contra Dilma e Temer logo após a derrota na eleição de 2014 e, hoje, se mostra arrependido do feito. A presidente Dilma já foi alvo de impeachment, os tucanos viraram “sócios” do governo Temer e, nos desdobramentos da ação, Aécio foi alvo de denúncias da delação da Odebrecht nessa ação no TSE.

Também afastado do mandato de senador, Aécio ainda revelou numa conversa gravada pelo empresário Joesley Batista, do grupo JBS, que o objetivo da ação foi “encher o saco” de Dilma. Na ação, esse trecho está sendo utilizado pela defesa de Dilma para tentar demonstrar que se tratou de pura perseguição política. Em outra gravação de Joesley, o líder tucano revela que, após a queda de Dilma, Michel Temer pediu a ela para suspender a ação, mas aí já era tarde. Aécio argumentou que a ação cairia nas mãos do procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

“É uma ação que hoje não nos interessa em nada. Estamos atrelados ao governo e, na verdade, o PSDB não tinha ideia onde chegaria aquela ação. Agora, é aguardar e assistir esse desfecho. Será uma ironia se a ação do PSDB derrubar um governo do qual ele faz parte e cuja participação é tida como fundamental” - disse um deputado do PSDB, que pediu para não ser identificado.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]