Chefe da assessoria especial do Ministério da Fazenda, Marcos Mendes fez na terça-feira (11) um duro desabafo contra os dirigentes dos órgãos públicos que culpam, via imprensa, o contingenciamento de verbas do Orçamento pela falta de fornecimento de serviços públicos.
Na sua página no Facebook, o assessor, que foi um dos formuladores da proposta de teto de gastos, escreveu que a lógica que tomou conta do setor público brasileiro é pagar a folha de servidores primeiro. “Prestar serviços é secundário”, disse Mendes, ele mesmo um funcionário público – seu cargo original é de consultor legislativo do Senado.
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As declarações de Mendes ocorrem num momento em que o governo está sendo pressionado por órgãos públicos para liberar recursos. A dificuldade financeira intensifica a disputa por recursos orçamentários entre os ministérios e os órgãos.
“A verdade é que os orçamentos dos órgãos são quase todos consumidos por folha de pessoal, aposentadorias e pensões”, criticou o assessor do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, numa rara manifestação pública desse tipo.
Mendes questionou a posição dos servidores que brigaram por manter reajustes salariais e mudanças na proposta de reforma da Previdência.
“Onde estava a preocupação dos servidores com a prestação de serviços quando fizeram greves e protestos por aumentos salariais acima da inflação? Onde estava o senso de prioridade quando decidiram cortar despesas essenciais antes de fazer um plano de contingência para conter despesas supérfluas?”, alfinetou. “A causa da precariedade dos serviços públicos é o excesso de despesa com previdência e pessoal.”
Para Mendes, é preciso decidir se o Estado brasileiro deve servir ao cidadão ou a seus funcionários.
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