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| Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

Mesmo com a persistência dos índices de desemprego no país, uma classe de privilegiados segue inatingida, com rendimento médio até quatro vezes maior do que outros trabalhadores. São os servidores públicos. Segundo dados do IBGE, compilados pela Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado, o rendimento médio salarial no setor público é de R$ 3.476,00 mensais, mais alto do que todos os outros grupos de trabalhadores analisados. 

Quando comparado ao trabalhador do setor privado com carteira, o funcionalismo tem salários médios reais 65% maiores. Mas a pesquisa mostra que o maior abismo salarial se dá na comparação dos salários do setor público com os dos trabalhadores domésticos no país. O rendimento médio de um trabalhador doméstico não chega a um salário mínimo, ficando em R$ 873,00 ao mês, um quarto do rendimento médio do funcionalismo. 

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Considerando os trabalhadores no setor privado sem carteira assinada, seus rendimentos médios são 2,6 vezes menores do que os do setor público (R$ 1.313,00). Já aqueles que trabalham por conta própria tiveram salários 2,2 vezes inferiores aos do setor público (R$ 1.610,00). 

Outro dado da pesquisa mostra que os salários no funcionalismo também cresceram mais que quase todos os grupos de trabalhadores pesquisados no levantamento da IFI. Em 12 meses até junho deste ano, o rendimento médio do setor público cresceu em média 1,2%, em termos reais (descontando a inflação). Trabalhadores sem carteira assinada tiveram aumentos reais de 0,3%. Entre os trabalhadores que atuam por conta própria a elevação salarial média foi de 0,6% em um ano, enquanto os trabalhadores domésticos tiveram reajustes de 1%. No setor privado com carteira ocorreu elevação maior do que no funcionalismo, de 1,7%. 

Mais informalidade no setor privado 

O trabalhador do setor privado esteve mais desprotegido do que o do setor público e foi registrada uma piora na relação de trabalho no setor privado, com um recuo no total de pessoas empregadas com carteira assinada e grande elevação dos vínculos sem carteira. No mesmo período, por outro lado, aumentou o total de empregados no setor público em comparação ao total de trabalhadores no país. 

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Na comparação entre junho de 2018 com o mesmo mês do ano anterior, o emprego no setor privado com carteira assinada caiu 1,8%, enquanto o emprego sem carteira cresceu forte, alcançando 5,1% de aumento. No setor público, o aumento dos vínculos empregatícios foi de 2,3%. 

O IFI utiliza os dados do mercado de trabalho para traçar suas perspectivas para o crescimento da economia e da situação das contas públicas brasileiras. A entidade conclui que apesar de ainda persistente, o que mostra a dificuldade da retomada da economia, o desemprego parou de aumentar, mas ainda atinge 12,4% da força de trabalho. São 12,9 milhões de pessoas (520 mil a menos do que um ano antes).

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