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O presidente Michel Temer se reúne com líderes partidários no Palácio do Alvorada: cogitou-se até acabar com a taxa de bagagem em voos para conquistar apoio à reforma. | Alan Santos /PR
O presidente Michel Temer se reúne com líderes partidários no Palácio do Alvorada: cogitou-se até acabar com a taxa de bagagem em voos para conquistar apoio à reforma.| Foto: Alan Santos /PR

O governo faz e refaz contas, cobra votos da base aliada e até inventa ideias mirabolantes no esforço para viabilizar a reforma da Previdência. Em reunião nesta quarta-feira (6) no Palácio do Alvorada, um dos líderes de um partido médio propôs a Michel Temer a adoção de uma medida popular para agradar a população e facilitar o voto dos deputados: a extinção das taxas de bagagens cobradas em aeroportos, que até anda atormentando a vida dos usuários. "Assim, meu partido dá 90% dos votos da bancada à reforma", disse esse líder, cuja ideia não foi adiante. 

Durante o encontro, houve até um ruído entre Temer e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). O presidente da República, a certa altura, agendou a votação para a próxima terça-feira (12). Maia não gostou e, à sua moda, disse que na agenda da Câmara quem manda é ele. 

O esforço do governo para que ao menos cinco partidos da base fechassem questão sobre a matéria não alcançou resultado. Dois ao menos, já esperados, adotaram essa medida, que obriga, em tese, os seus deputados a votarem conforme a vontade da executiva nacional. O PTB, com seus 16 votos e Roberto Jefferson à frente da patota, e o PMDB, com seus 60 parlamentares. Se todos vão cumprir à risca é outra história. 

O governo tem feito uma espécie de conta ao contrário agora. Em vez de somar, ele subtrai. Somados seus deputados, a base tem 375 votos no papel. Então, só poderia "perder" 67. Assim, teria os 308 votos necessários para a aprovar a emenda constitucional que muda a previdência no país. O governo se alegra quando conclui que ainda não há, na matemática, 68 "traidores". 

Ao mesmo tempo, cresce um pequeno movimento na Casa que prefere votar esse texto somente no segundo semestre de 2018, e após as eleições. Assim, reeleitos e derrotados votariam, sem pressão e destinos selados, a reforma da Previdência. Ou não.

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