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Polícia ainda investiga a motivação do ataque a tiros ocorrido na terça-feira (11) na Catedral Metropolitana de Campinas, que deixou cinco mortos. | Ari Ferreira/AFP
Polícia ainda investiga a motivação do ataque a tiros ocorrido na terça-feira (11) na Catedral Metropolitana de Campinas, que deixou cinco mortos.| Foto: Ari Ferreira/AFP

Os dois policiais militares que estavam na praça em frente à catedral de Campinas conseguiram evitar que o ataque de terça-feira (11) tivesse ainda mais vítimas. Eles foram os primeiros a chegar ao local do crime, poucos minutos depois dos primeiros disparos.

O atirador, identificado como Euler Fernando Grandolpho, 49 anos, entrou na igreja, sentou-se entre os fiéis e passou a disparar contra os presentes logo após o final da missa, por volta das 13 horas. Quatro homens foram mortos e outras quatro ficaram feridas. Uma delas, Heleno Severo Alves, de 84 anos, teve a morte confirmada nesta quarta-feira (12), elevando para cinco o número de vítimas. Após o ataque, segundo a polícia, o atirador se matou ainda dentro da igreja. 

PRIMEIROS NA CENA DO CRIME: Assista vídeo que mostra a ação dos policiais que neutralizou o atirador

Elson de Souza Cruz, 31 anos (oito deles como policial), 3° sargento da PM, conhecido na corporação como De Souza, patrulhava o centro com Lucas Felipe Amaral, 22 anos (na PM há menos de três anos), o soldado Amaral, quando ouviu os primeiros estampidos.

“Vimos pessoas correndo para fora da igreja, desesperadas”, diz o sargento. “Não tínhamos certeza se era tiro, atentado. Procuramos progredir para averiguar o que estava acontecendo. Não tínhamos certeza de nada.”

Ao passarem pela entrada principal da igreja, os policiais viram pessoas correndo, uma delas baleada. Eles dizem que não conseguiam distinguir os gritos de desespero.

Primeiro, esconderam-se atrás de uma parede, enquanto o atirador disparava contra pessoas que corriam na direção deles. “Ali a gente ainda não tinha campo de atuação, por terem pessoas na nossa frente. Quando já não tinham mais fiéis na nossa frente, conseguimos atuar, progredindo no terreno”, afirma o sargento. Eles continuaram em direção a uma coluna da basílica, onde conseguiam se proteger dos tiros.

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“Uma situação que a gente não pode deixar a emoção atrapalhar”, resume o soldado Amaral. “Tinha bastante gente em desespero, pedindo ajuda. E a gente teve que manter a calma. Continuar abrigado para não ser atingido.”

“Passa todo um filme [na cabeça] na situação. E a gente começa a lembrar das técnicas que a polícia te passa para manter a calma essas horas, e evitar o máximo possível o mal maior”, conta o sargento De Souza. O mal maior seria a morte de outras pessoas, já que o atirador ainda tinha 22 balas.

“Até conseguir alvejar o indivíduo que veio ao solo. Quando ele caiu, já fez um disparo na própria cabeça”, diz Souza. “Se a gente não conseguisse neutralizá-lo ali, ele podia sair e atingir muito mais pessoas no calçadão, que é muito movimentado. Mas deu tudo certo. Lamentamos pelas vítimas. Fizemos tudo o que estava possível no nosso alcance para evitar ao máximo o mal maior.”

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Logo depois, chegou a Guarda Municipal. Com a situação controlada, ligaram para tranquilizar a família. Os dois afirmam que não frequentavam aquela basílica e se dizem católicos não praticantes.

Eles contam que nunca haviam passado por uma situação similar nem se envolvido em tiroteios com tantas vítimas. Agora, vão passar alguns dias fora das ruas, como é praxe nesses casos.

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