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 | Ricardo Stuckert/Fotos Públicas
| Foto: Ricardo Stuckert/Fotos Públicas

As buscas por vítimas do rompimento da barragem da Vale, em Brumadinho (MG), foram retomadas na tarde desta segunda-feira (4), depois de ficarem suspensas no período da manhã por causa da chuva. Por volta do meio-dia, foram divulgados novos números sobre os trabalhos de resgate. Segundo o Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, 134 pessoas morreram e 199 permanecem desaparecidas. São 120 identificados até o momento.

Três corpos foram encontrados por cães farejadores treinados pelo Corpo de Bombeiros de Santa Catarina. Os cães, da raça labrador, são treinados desde a terceira semana de vida, e têm experiência em buscas na lama: Santa Catarina é um dos estados brasileiros com maior número de deslizamentos, que já vitimaram centenas de pessoas no passado.

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O estado foi acionado a pedido do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, e é considerado referência internacional em cinotecnia (busca com cães). Os quatro animais – Hunter, Bravo, Iron e Chewbacca – estão em Minas Gerais há quatro dias.

Foco no Rio Paraopeba

Ainda nesta madrugada, circularam informações de que sirenes teriam sido acionadas na região. Contudo, segundo o Corpo de Bombeiros, elas não procedem. Militares em Brumadinho afirmaram que aparentemente houve um som, mas ele não foi proveniente da região afetada pelo rompimento da barragem ou de outra barragem da Vale, e sim de uma empresa próxima.

Com a forte chuva que atingiu a área na madrugada e que persiste pela manhã, os bombeiros concentram as buscas por corpos no rio Paraopeba, em botes e a pé nas margens.

Os militares foram retirados das chamadas áreas quentes, onde estima-se haver mais possibilidade de resgates, e parte deles foi realocada por terra para o local onde a lama encontrou o rio, a cerca de 10 km da barragem que rompeu no dia 25. O uso de helicópteros foi suspenso.

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Segundo o porta-voz do Corpo de Bombeiros, tenente Pedro Aihara, as chuvas facilitam a localização de corpos boiando, por exemplo, mas, no geral, atrapalham. Há risco de deslizamentos dos rejeitos, que nos últimos dias estavam ficando cada vez mais secos, o que impede o uso de máquinas pesadas e dificulta o avanço das equipes por terra. 

Sem prazo para acabar

De acordo com Aihara, a redução no número de corpos encontrados à medida que o tempo passa já era esperada. “Nos primeiros dias eles estavam em níveis superficiais, era mais fácil localizá-los e retirá-los. Agora o trabalho é muito mais meticuloso, também para não prejudicar a identificação”, disse.

Ele afirmou que as buscas “certamente” vão demorar meses, “mesmo que sejam quatro ou cinco”, e repetiu que as equipes só vão parar quando for impossível, por causa da decomposição dos corpos. Citou a tragédia de Mariana (MG), em que morreram 19 pessoas e os trabalhos duraram mais de três meses.

No total, há cerca de 400 pessoas trabalhando nas buscas em Brumadinho: 200 militares mineiros, 100 de outros estados e 64 da Força Nacional, além de voluntários.

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