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Caminhoneiros fazem manifestação em Curitiba pedindo atenção de Bolsonaro.
Caminhoneiros fazem manifestação em Curitiba pedindo atenção de Bolsonaro, no dia 30 de abril: categoria diz estar frustrada com o governo. Foto: Felipe Rosa/Tribuna do Paraná.| Foto:

O anúncio da alta do diesel na noite da quarta-feira (17) reacendeu entre caminhoneiros a intenção de promover uma nova greve da categoria. A ala mais radical dos motoristas de caminhões já se articula para uma paralisação nos próximos dez dias. Mas também há entre caminhoneiros e transportadores a turma do "deixa disso", que prefere esperar mais.

De qualquer modo, a decisão da Petrobras de elevar em R$ 0,10 o litro do diesel deixou a categoria mais insatisfeita, o que já tinha ocorrido com o pacote de medidas para os caminhoneiros anunciado pelo governo nesta semana.

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Sem alternativa

Uma das lideranças nacionais dos caminhoneiros, Wanderlei Alves, conhecido como Dedeco, diz que não há outra alternativa a não ser decretar uma greve. "O governo pagou para ver. Agora só estamos vendo a data. Mas será em menos de dez dias."

Ele afirma que a conta dos caminhoneiros não fecha, já que o preço do frete continua igual e os custos, subindo. Para quem gasta 10 mil litros de diesel, o aumento anunciado pela Petrobras representa R$ 1 mil no bolso do caminhoneiro. "O governo insiste em tratar do setor com quem não tem caminhão", critica Dedeco.

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Em mensagem enviada ao ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, o caminhoneiro Josué Rodrigues, um dos líderes na Região Norte, também ameaça nova greve para o mês que vem caso o preço não seja congelado e o tabelamento do frete não seja respeitado. "Se não fizer valer o piso mínimo do frete, nós vamos parar, não tem jeito. Se não agir antes do dia 21 de maio vai ter uma paralisação sangrenta, pode ter certeza."

A turma que tenta apaziguar

Outros representantes dos caminhoneiros, no entanto, tentam apaziguar a situação. Alguns não acreditam em nova paralisação por causa da situação financeira precária da categoria. "Está todo mundo quebrado", afirma Bruno Tagliari, uma das lideranças do Sul. Ele afirma que, no seu caso, se ele parar de trabalhar não conseguirá pagar suas despesas fixas de R$ 6 mil por mês.

Ivar Luiz Schmidt, um dos líderes do Comando Nacional do Transporte (CNT) no Nordeste, diz que, apesar da frustração, também há boa vontade de parte dos caminhoneiros em dar mais tempo para o novo governo. Grande parte votou em Jair Bolsonaro para presidente, e ainda espera que ele faça alguma coisa pelos motoristas.

Mas a paciência tem limite, avisam os caminhoneiros nas redes sociais. Dentro dos grupos de WhatsApp, as medidas dos últimos dias são vistas como resultado da fragilidade da categoria, que não se valoriza. Outra reclamação tem sido latente entre eles: a insatisfação quanto à representatividade da categoria em Brasília. Muitos tentam se articular para conseguir colocar outras lideranças no Planalto e emplacar as reais reivindicações.

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