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Dr. Augusto Aras durante Seminário Poder Judiciário e Eleições. Brasília-DF, 05/12/2017 Foto: Roberto Jayme/Ascom/TSE
Subprocurador Augusto Aras é considerado conservador e o mais alinhado ideologicamente com Bolsonaro dentre os candidatos a procurador-geral.| Foto: Roberto Jayme/Ascom/TSE

O subprocurador-geral Augusto Aras ganhou pontos nas últimas semanas e se tornou um dos candidatos com chances de ser indicado à Procuradoria-Geral da República (PGR) diante da aproximação que conseguiu com o presidente, segundo interlocutores de Jair Bolsonaro.

Aras já se encontrou reservadamente com Bolsonaro em seis oportunidades. O último bate-papo aconteceu nesta segunda-feira (5). Augusto Aras é um nome que corre por fora da lista tríplice apresentada ao presidente pela Associação Nacional dos Procuradores da República. Pela Constituição, Bolsonaro não é obrigado a indicar alguém da lista para chefiar a PGR. O nome ainda precisará ser aprovado pelo Senado.

Considerado conservador e o mais alinhado ideologicamente com Bolsonaro dentre os candidatos ao cargo, Aras também se coloca como favorável à agenda de reformas do governo, tem o apoio dos filhos de Bolsonaro e de um dos ministros mais prestigiados pelo presidente, Tarcísio de Freitas, da Infraestrutura. Ele foi considerado importante para destravar a concessão da Ferrovia Norte-Sul. Bolsonaro, segundo aliados, quer alguém que não atrapalhe o progresso do país.

Aras é doutor em Direito Constitucional pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e membro do Ministério Público Federal desde 1987. Em entrevista a "O Estado de São Paulo" publicada em maio, Aras defendeu uma "disruptura" no Ministério Público para a instituição "retomar os trilhos" da Constituição e superar o aparelhamento em seus órgãos. Disse ainda que considera a imunidade parlamentar uma “prerrogativa sagrada”, acredita que o Ministério Público “não está acima nem abaixo da lei” e, em um aceno a Bolsonaro, saiu em defesa da “democracia militar”

O nome de Aras, porém, é visto com ressalvas no Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo a reportagem apurou, um integrante da Corte já fez chegar essa informação a Bolsonaro. Diferentemente da atual procuradora-geral Raquel Dodge, que trabalha para ser reconduzida ao cargo, Aras não foi testado e haveria incertezas sobre como seria a PGR com ele no comando.

Nos bastidores, parte dos ministros do Supremo faz campanha para que Bolsonaro dê um segundo mandato a Raquel Dodge. Entre eles, o presidente da Corte, Dias Toffoli, e o atual vice-presidente e futuro presidente do STF Luiz Fux.

Bolsonaro disse que só definirá o nome um mês antes do fim do mandato de Raquel, que termina em setembro. Amigo e aliado de longa data do chefe do Executivo, o ex-deputado Alberto Fraga (DEM-DF) afirmou ter certeza de que o presidente já escolheu o nome, mas prefere ainda não anunciá-lo. Uma das reuniões entre Aras e o presidente ocorreu justamente na casa de Fraga.

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