A bancada do agronegócio no Congresso Nacional tem criticado a decisão do governo Lula de importar um milhão de toneladas de arroz para vender diretamente em mercados do país, com rótulo próprio.
Nesta quarta-feira (29), o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, anunciou que a primeira leva de arroz importado deve chegar nos próximos 30 ou 40 dias, vinda da Tailândia. Ele explicou que os produtos foram adquiridos antes da redução dos tributos e ajudará na retomada dos preços anteriores. O preço do arroz chegou a aumentar até 40% em decorrência da tragédia no Rio Grande do Sul.
“Com relação à importação de arroz, precisamos olhar o problema de uma forma holística, levando em conta as consequências que a tragédia no Rio Grande do Sul terá para a população brasileira. O estado concentra 70% do arroz produzido no Brasil. Outros 15% são produzidos em Santa Catarina; e os outros 15% pelo restante do Brasil”, disse o ministro, em entrevista ao Bom dia, Ministro da EBC.
Segundo o governo federal, serão gastos cerca de R$ 7,2 bilhões do Orçamento para comprar o arroz importado e vender diretamente em supermercados de sete regiões metropolitanas do país.
À coluna Entrelinhas da Gazeta do Povo, o presidente da Frente Parlamentar do Agronegócio (FPA), deputado Pedro Lupion ( PP-PR) afirmou que a iniciativa do governo em tentar vender arroz com marca própria, representa “abuso de poder político”. Ele aponta que o estado do Rio Grande do Sul (RS) colheu praticamente toda a safra e que não há necessidade de importar. “Vai prejudicar os agricultores de arroz que perderam tudo na inundação”, disse Lupion.
Para a senadora Tereza Cristina (PP-MS), ex-ministra da Agricultura no governo Bolsonaro, o atual governo tem criado “pânico sem necessidade”. Segundo ela, a safra de arroz no Rio Grande do Sul já foi colhida e o anúncio da importação é “precipitado”.
O ministro Fávaro reconheceu que o Rio Grande do Sul “tem um estoque suficiente para abastecer o Brasil independentemente da tragédia que aconteceu”. Ele criticou a “ganância de especuladores” que decidiram aumentar o preço do produto “especulando o desabastecimento”. Fávaro ainda reforçou que a importação se deve a suposta alta dos preços.
“Não temos riscos de nenhum tipo de desabastecimento, nem do arroz. O estoque é suficiente. O problema é a conjuntura momentânea, mas em hipótese alguma [teremos desabastecimento]. O Brasil é um grande player produtor de soja, milho, arroz, feijão, trigo, carnes, algodão. Somos primeiro do mundo, e estamos, apesar das dificuldades, com uma safra muito boa”, acrescentou.
Visando evitar qualquer risco ao abastecimento do país, o ministro adiantou que o governo pretende descentralizar a produção de alguns alimentos considerados essenciais para o consumidor. A estratégia será divulgada no anúncio do novo Plano Safra, que deve ser lançado até o final de junho.
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