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O bispo Samuel Ferreira (esq.), líder da Assembleia de Deus no Brás/Ministério de Madureira, rachou a bancada evangélica ao apoiar o deputado federal Cezinha de Madureira (dir.) para mais um ano no comando da frente parlamentar: decisão do líder religioso pode trazer impactos políticos e eleitorais, inclusive ao presidente Jair Bolsonaro| Foto: Alan Santos/PR

A Frente Parlamentar Evangélica (FPE) do Congresso Nacional está rachada e essa divisão interna pode trazer impactos políticos e eleitorais, inclusive ao presidente Jair Bolsonaro (PL). O motivo é a disputa pela presidência da bancada evangélica, que opõem nos bastidores o deputado federal Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ) e um grupo de parlamentares que não o querem na presidência.

Apadrinhado pelo líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, Silas Malafaia, Sóstenes cobra o cumprimento de um acordo firmado em dezembro de 2020 nas eleições da bancada evangélica para o biênio 2021-2022. Nesse tratado, ele ficaria com a presidência da frente parlamentar no segundo ano, enquanto o deputado Cezinha de Madureira (PSD-SP) comandaria o grupo no primeiro.

Contudo, às vésperas do retorno das atividades legislativas, um grupo de parlamentares ameaça romper o acordo. Alguns até chegam a questionar a validade do acordo, a exemplo do deputado Abílio Santana (PL-BA), que é da mesma denominação religiosa de Cezinha, a Assembleia de Deus Ministério da Madureira.

Boa parte dos deputados da bancada evangélica e líderes de diferentes denominações religiosas acreditam que o racha possa ser pacificado, embora um entendimento entre as partes ainda pareça distante. Sem união, há inclusive quem tema pelo pior: o encolhimento da frente parlamentar na próxima legislatura. Nesse cenário, uma avaliação feita é de que Bolsonaro seria indiretamente afetado nas eleições.

Por que Sóstenes enfrenta a oposição de alguns na bancada evangélica

Acordos são levados muito a sério pela classe política brasileira, embora nem todos sejam cumpridos. Por isso, líderes evangélicos e lideranças da frente parlamentar acreditam na pacificação da bancada. No caso de Sóstenes, porém, alguns deputados prometem fazer o possível para que ele não assuma a presidência da frente parlamentar.

Os opositores ao cumprimento do acordo explicam que tal posicionamento não reflete uma contrariedade direta a Sóstenes, mas, sim, a seu padrinho religioso. "O Sóstenes é um amigo, um excelente deputado, uma excelente pessoa. Mas o problema é o vínculo que ele tem com o Silas Malafaia", sustenta uma liderança da bancada.

Malafaia, líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, é visto como um líder polêmico entre os congressistas. "Ele bate em tudo quanto é deputado", critica um parlamentar. "Também existe um medo da falta de participação em uma gestão do Malafaia. Em 2015, quando tinha aquela outra frente [em Defesa da Família Brasileira], os deputados daquela época eram muito excluídos", acrescenta.

Contudo, todos que aceitaram o acordo que define Sóstenes como o presidente este ano sabiam, naturalmente, de seu vínculo com o líder religioso. A oposição ao acordo advém de uma polêmica mais recente. Em um áudio vazado ao site O Fuxico Gospel, Malafaia ataca o bispo Samuel Ferreira, líder da Assembleia de Deus no Brás/Ministério de Madureira, a quem chamou sem citação nominal de "pseudo líder covarde". "Um arrogante, asqueroso, que vive na sombra do pai [bispo Manoel Ferreira], que é um grande líder. E se não fosse isso, não seria nada na vida", disse Malafaia.

As falas de Malafaia vazadas no áudio foram feitas em uma crítica também velada ao deputado Abílio Santana, a quem chamou de "cachorro morto". "Que não tem caráter e que é miquinho amestrado porque faz o que o chefe [Samuel] manda", comentou. Após o vazamento do áudio, ambos vieram a trocar farpas em vídeos em suas redes sociais.

Os ataques de Malafaia a Samuel têm origem em uma fala do líder da Assembleia de Deus em Madureira dita em 16 de dezembro, em culto pela posse do ministro André Mendonça no Supremo Tribunal Federal (STF) que contou com a presença de Bolsonaro. Em gesto a Cezinha de Madureira, seu apadrinhado, disse que atuaria para mantê-lo no posto. "Ele, hoje, é presidente da frente [parlamentar evangélica], tirou um ano e eu vou fazer campanha, ou vou lembrar o que já houve no passado para continuar mais um ano. É um rapaz que defende esse governo, defende a igreja e defende, acima de tudo, o Deus a quem servimos", declarou Samuel.

Qual é a alegação de parlamentares para não cumprir o acordo

As críticas de Malafaia a Samuel Ferreira foram mal recebidas por líderes evangélicos da Assembleia de Deus e de diferentes denominações e, também, por parlamentares da frente. Por isso, congressistas passaram a alegar diferentes argumentos para defender o descumprimento do acordo firmado em 2020.

Um argumento jurídico alegado é que o acordo foi verbal e não poderia ser registrado em ata. "E nem poderia, juridicamente falando, porque o estatuto estabelece mandato de dois anos. O que foi registrado em ata e na Câmara é que o mandato do Cezinha é conforme o estatuto, que prevê mandato de dois anos", sustenta um deputado da bancada evangélica.

A ata da eleição a qual a Gazeta do Povo teve acesso foi registrada em um cartório em Brasília e, de fato, não descreve o acordo em que Sóstenes assumiria a presidência em 2022. É informado que "houve um entendimento" entre Cezinha e Sóstenes para que a eleição se desse por aclamação. A redação fria da ata é outro argumento utilizado pelos que se opõem à presidência do apadrinhado de Malafaia.

Outra retórica utilizada pelos opositores é que, na hipótese de Cezinha não cumprir seu segundo ano de mandato como presidente da bancada evangélica, ele deve renunciar e convocar uma nova eleição. O argumento é de que, no estatuto, não existe a figura de um vice-presidente, nem uma condição para que o vice assuma a frente em caso de renúncia do titular. A ata da eleição também não aponta Sóstenes como vice-presidente.

No entanto, um vídeo gravado no dia da reunião mostra o ex-presidente da bancada evangélica, deputado Silas Câmara (Republicanos-AM), falando sobre o acordo. Ele fala sobre ter recebido algumas "cutucadas" e sugere que o ato da ata ter sido registrada em cartório evidencia a existência de um acerto entre os parlamentares.

"Haveria a possibilidade de homologar algum acordo sem ele ter sido feito? O estatuto é claro, alguém tem que assinar ata, tem que assinar registro, esse é o objetivo. O que eu proponho para vocês aqui, para ser aprovado por unanimidade, é o acordo do Sóstenes e do Cezinha. Cezinha vai ser o primeiro ano e, conforme vocês me deram autonomia da outra vez, gostaria que vocês dessem ao Cezinha, para que ele pudesse escolher a equipe dele. E nos próximos dias publica a equipe e ponto final", declarou Câmara.

A proposta do ex-presidente foi aclamada por unanimidade com o "amém" dos congressistas presentes, inclusive Cezinha e Sóstentes. Em um outro momento do vídeo, o deputado Luis Miranda (DEM-DF), membro da frente parlamentar, fala sobre ter escutado sobre a "composição desse acordo" entre os dois.

O que dizem Sóstenes e Cezinha sobre o acordo pela presidência

A despeito de resistências ao acordo, Sóstenes está confiante de que o compromisso firmado em 2020 será cumprido. "Tenho conversado com o presidente Cezinha de Madureira, que diz que vai cumprir o acordo na segunda quarta-feira de fevereiro (9), no culto de ceia da frente parlamentar, onde faremos a transferência da presidência", afirma à Gazeta do Povo.

O parlamentar refuta a possibilidade de uma nova eleição caso Cezinha renuncie ao posto. Para ele, o acordo é claro e será preservado. "O acordo foi feito na assembleia geral na nossa eleição, está tudo registrado em ata, tem vídeo. Então, entendo que, por mais que tenha tido um ou outro ruído no recesso parlamentar, foram apenas ruídos", sustenta Sóstenes.

O deputado reconhece que o estatuto da frente parlamentar prevê mandato de dois anos, mas reforça o acordo feito de que Cezinha assumiria a presidência em 2021 e ele, em 2022. "É isso que foi estabelecido no acordo político. O estatuto anterior, que era de um ano, foi alterado. Nós prorrogamos o mandato do Silas Câmara por conta do ano de pandemia em 2020", explica.

Sobre as falas públicas de quem afirma desconhecer o acordo, Sóstenes rebate. "O Abílio Santana saiu falando que não existe acordo, mas o Abílio é novato e não conhece bem o andamento das coisas. Acho que se deve um pouco a isso", diz.

O ainda presidente da bancada evangélica não tem se posicionado à imprensa. Interlocutores de Cezinha dizem, contudo, que o clima na bancada tem esfriado e não descartam que o acordo com Sóstenes seja preservado. Já deputados aliados sustentam que ainda existe a demanda por uma nova eleição.

Aos mais próximos, Cezinha tem reiterado que não deseja permanecer mais um ano no posto, apesar do apoio de Samuel Ferreira e de outros parlamentares da bancada. Nos bastidores, alguns parlamentares ensaiam um cortejo a ele, a fim de obter o apoio para assumir a presidência em 2022 em caso de uma eleição. Como uma "terceira via" para a disputa, alguns congressistas têm levantado nomes de deputados ligados à Igreja Universal do Reino de Deus (IURD).

O grande desafio de Cezinha nos bastidores tem sido fazer com que não haja candidatos e que o único seja o Sóstenes, caso ele não consiga convencer seus aliados a apoiar a manutenção do atual acordo. "O Cezinha está tentando acalmar os ânimos porque entende que o caminho natural é cumprir o que foi decidido lá atrás. O problema é que tem muita gente com raiva [do Malafaia]. O discurso é: 'já que não vai ser o Cezinha, que não seja o Sóstenes'", diz uma liderança da bancada evangélica.

O último posicionamento público de Cezinha foi em dezembro, à Folha de São Paulo, citando uma passagem bíblica, do Evangelho de Mateus, 12:25. "Jesus, conhecendo os seus pensamentos, disse-lhes: 'Todo reino dividido contra si mesmo será arruinado, e toda cidade ou casa dividida contra si mesma não subsistirá'." Existe uma expectativa de que ele volte a se manifestar agora em fevereiro.

Como o racha da bancada evangélica gera impactos políticos e eleitorais

Embora o racha interno na bancada evangélica sugira algo localizado, seus impactos podem ser mais amplos do que parece, do ponto de vista político e eleitoral. Não à toa o Palácio do Planalto monitora o ambiente interno da frente parlamentar junto a deputados próximos.

Interlocutores do Planalto afirmam que existe uma predileção de Bolsonaro pela continuidade de um representante de algum membro da Assembleia de Deus em Madureira à frente da frente parlamentar ou alguém apoiado por Cezinha. Bolsonaro o considera mais habilidoso politicamente e o vê como um bom interlocutor, inclusive com a esquerda e com ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Contudo, a ordem no governo é não intervir na disputa.

A proximidade entre Bolsonaro e Cezinha levou o presidente a convidar o presidente da bancada evangélica a compor de alguma forma a chapa do ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, ao governo de São Paulo. O presidente da República considera que ele poderia ser o coordenador-geral da campanha de seu ministro e ocupar até mesmo o posto de vice.

O Planalto sabe que uma disputa interna na frente parlamentar não é positiva para o governo e tem atuado para conter os ruídos sem intervir na disputa pela presidência da bancada. Uma sinalização feita nos bastidores por Bolsonaro é a oferta do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos ao pastor Silas Malafaia. Atualmente, a pasta é ocupada pela ministra Damares Alves – que, a convite de Bolsonaro, pode sair candidata ao Senado por São Paulo filiada pelo Republicanos.

Líderes evangélicos já manifestaram a ministros palacianos e interlocutores diretos de Bolsonaro uma insatisfação com ele e o governo. "Até mesmo o apoio a Lula cresce nas bases, principalmente no Nordeste. Com a rejeição que ele tem e algumas polêmicas que ele cria em torno dele, ele afasta alguns pastores nas bases. Evangélico não gosta de briga, de polêmica", sustenta um líder religioso.

Ciente de algumas insatisfações nas bases ideológica e política, como no próprio partido Republicanos, ligado à Igreja Universal, Bolsonaro tem dado sinais de que pode atender com cargos algumas lideranças evangélicas no Congresso. A ideia é usar parte da estrutura da máquina pública para atender aliados e evitar um problema maior com um racha da bancada evangélica, que tem potencial para ampliar os impactos eleitorais.

Os deputados Sóstenes Cavalcante e Cezinha de Madureira têm costurado em diferentes estados o lançamento de candidaturas de aliados evangélicos para o Senado, como em Amapá, onde querem fazer frente ao senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), que se tornou desafeto de evangélicos após ter travado a sabatina do ministro do STF André Mendonça na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

O Senado, por sinal, é a Casa legislativa onde Bolsonaro quer emplacar a maioria de aliados possíveis. Por isso, há um desejo do presidente em evitar a todo o custo a divisão da bancada evangélica. Uma liderança evangélica diz que há lógica na análise do governo. "Se os grupos do Cezinha e do Sóstenes brigam, como que fica o apoio evangélico nos estados? É algo que pode repercutir diretamente em votos ao Bolsonaro e até indiretamente à bancada evangélica à medida em que a desunião ameaça a formação dos cabos eleitorais", analisa.

Um deputado da bancada reforça essa avaliação e pensa que, se Cezinha e Sóstenes não se entenderem, o voto do evangélico pode se diluir mais ao centro. "Na esquerda eu não acredito, apesar da paquera do Lula com o evangélico. Mas pode se diluir muito no centro com o Moro, que está tendo o apoio de lideranças evangélicas", diz.

O bispo Abner Ferreira, o líder "02" da Assembleia de Deus no Brás/Ministério de Madureira, disse em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo que Moro terá "muita dificuldade" para obter votos entre evangélicos, mas disse que "nenhum candidato será demonizado". Entre lideranças evangélicas, a fala foi interpretada como um gesto de que, em 2022, o presidente da República pode não reter o apoio da maioria dos evangélicos, como foi em 2018.

Quais são os riscos de o racha na frente parlamentar se agravar

O deputado Sóstenes Cavalcante reforça que não tem motivos para desconfiar que o acordo não será cumprido e mantém seu entendimento de que a divisão na frente seja fruto de "ruídos". Ele garante, contudo, que, uma vez à frente da bancada evangélica, atuará ideologicamente e não por fisiologismos políticos.

"Desde o início do governo Bolsonaro eu fui contrário ao uso da frente parlamentar para qualquer indicação política ao governo. Eu sou contrário a isso e, caso assuma a frente parlamentar evangélica – e lógico que não falo por ela sozinho, tenho que escutar meus pares e a decisão é colegiada –, vou trabalhar para que isso nunca aconteça enquanto presidente", afirma Sóstenes.

O deputado sustenta que a frente parlamentar não pode se associar a "qualquer que seja o governo". "Nós temos alinhamento ideológico com o governo Bolsonaro, mas daí a patrocinar nomes para indicar, de maneira nenhuma. Senão vamos perder o sentido e autonomia dos parlamentares, inclusive de alguns que fazem parte da frente que são de oposição ao governo", diz ele.

Quanto ao interesse em eleger aliados para cargos pelo país, Sóstenes confirma que trabalha para conseguir a maior reeleição de colegas possível e ampliar o tamanho da bancada evangélica para a próxima legislatura. "Estamos sub representados na Câmara e no Senado, haja vista que, segundo o IBGE, somos 30% da população e não temos 30% de deputados e muito menos 30% de senadores", diz.

O pastor Ronaldo Fonseca, presidente do Conselho Político Nacional da Convenção-Geral das Assembleias de Deus no Brasil (CGADB), discorda que haja uma racha na bancada evangélica e acredita que seja uma disputa pontual. "A frente parlamentar nunca teve racha. Veja bem, em todo lugar que tem cargos, tem disputa. É absolutamente normal uma disputa entre o Cezinha e o Sóstenes", analisa.

Ex-ministro-chefe da Secretaria-Geral na gestão Temer (MDB) e ex-deputado federal, Ronaldo Fonseca não acredita que haverá um desgaste. "A bancada sempre chegou a um acordo, mas sempre teve disputa. Já teve lista de deputados assinando na minha época. E aí, depois, quando chega na hora 'H', vem um acordo. Eu não consigo ver que essa disputa é prejudicial", afirma.

Fonseca também não entende que a disputa possa gerar algum tipo de prejuízo eleitoral. "Quem está disputando é da mesma corrente política de apoio do Bolsonaro, tanto Cezinha quanto o Sóstenes", pondera. "O ruído é que está ruim. Mas política é isso."

O ex-ministro de Temer desconhece os pormenores do acordo firmado em 2020, mas alerta que acordos políticos devem ser cumpridos. "Acordo é acordo, se sobrepõe mesmo a atas e estatuto. Se tem acordo na Câmara nas votações, por exemplo, supera até mesmo o regimento interno", destaca Fonseca.

O pastor batista Davi Lago, professor e coordenador de pesquisa no Laboratório de Política, Comportamento e Mídia da Fundação São Paulo/PUC-SP, é outro que não acredita em impactos políticos e eleitorais em decorrência da disputa interna na bancada evangélica. "Penso que não há. É algo mais simbólico. O que tiver que acontecer vai acontecer independentemente de quem for o presidente [da bancada evangélica]", avalia.

"Temos que lembrar que a bancada não é um partido político, é uma agremiação e uma frente parlamentar com pessoas de vários partidos que unem as pautas de costumes, valores, o núcleo do evangelicalismo, e isso dá voto. Quem vai dar voto são os candidatos que se identificarem com as pautas e não a bancada evangélica em si", complementa Lago.

O professor da PUC-SP identifica como natural o interesse de Silas Malafaia na disputa. "Nessa queda de braço, a Igreja Madureira tem menos interesse e menos necessidade disso do que o pastor Silas. Para ele, é muito mais estratégico e importante manter esse acordo verbal. O Silas é o líder evangélico mais habilidoso em atravessar as outras denominações e também em ser um ponto central de convergência de vários outros líderes que ficam absortos", afirma.

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