O presidente Jair Bolsonaro comunicou a demissão de Roberto Alvim da secretaria especial de Cultura no início da tarde desta sexta-feira (17). O desligamento veio após a divulgação de um vídeo em que o secretário citou frase do ministro nazista Joseph Goebbels, em vídeo sobre o Prêmio Nacional das Artes, e afirmou que defendeu a declaração para o presidente. De acordo com o presidente, o pronunciamento de Alvim foi infeliz e "ainda que tenha se desculpado, tornou insustentável a sua permanência".
Bolsonaro também repudiou ideologias totalitárias e genocidas e manifestou apoio à comunidade judaica, ressaltando laços de amizade e o compartilhamento de valores em comum.
Alvim já havia usado as redes sociais para comunicar que colocou o cargo à disposição e pedir "perdão pelo erro involuntário". "Tendo em vista o imenso mal-estar causado por esse lamentável episódio, coloquei imediatamente meu cargo a disposição do Presidente Jair Bolsonaro, com o objetivo de protegê-lo", escreveu.
Nesta sexta, em entrevista à Gazeta do Povo, Roberto Alvim disse que havia conversado com o presidente e falado sobre a "coincidência retórica entre as frases". "Mas reafirmei o fato de que a frase em si se coaduna com o nosso ideal de construção de uma arte nacional, uma arte heroica, uma arte vinculada ao povo que o elegeu e que através dele me colocou também aqui", disse.
Embaixador reclamou diretamente a Bolsonaro
O embaixador de Israel no Brasil, Yossi Shelley, falou diretamente com o presidente para reclamar do vídeo publicado por Alvim. A informação é da colunista Mônica Bergamo, da "Folha de S. Paulo". Shelley e Bolsonaro são próximos: já foram juntos a jogos de futebol e eventos evangélicos.
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