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O presidente Jair Bolsonaro em entrevista que concedeu ao filho Eduardo Bolsonaro no sábado (19).
O presidente Jair Bolsonaro em entrevista que concedeu ao filho Eduardo Bolsonaro no sábado (19).| Foto: Reprodução/YouTube

O presidente Jair Bolsonaro voltou a defender a implantação do voto impresso para o pleito de 2022 e afirmou que após as eleições das mesas no Congresso haverá uma tentativa de aprovar a proposta de emenda à Constituição (PEC) que prevê esse formato de votação.

Envolvido com a escolha dos próximos presidentes da Câmara e do Senado, que serão eleitos em 2021, o presidente lembrou que a colocação do assunto em pauta estará "de acordo" com a composição das mesas. O planalto apoia o nome do líder do Centrão, Arthur Lira (PP-AL) para suceder Rodrigo Maia (DEM-RJ).

"Acabando as eleições da mesa – de acordo com sua composição, pessoas sempre apontam para o presidente, tem que votar em deputado que realmente dê conta –, nós temos como aprovar essa PEC", disse Bolsonaro no sábado (19), em entrevista ao deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), seu filho.

Bolsonaro afirmou que não "dá pra aceitar mais a desconfiança no voto eletrônico no Brasil". "Agora, esse sistema eletrônico, eu não confio nele. E eu acredito que 70% ou mais da população também não acredita", disse." E acrescentou: "A gente vai naquela máxima velha. Quem ganha a eleição não é quem vota, é quem conta o voto", disse o presidente eleito no pleito de 2018.

Presidente já disse que se elegeu no 1.º turno em 2018, mas não apresentou provas

A prática de Bolsonaro de questionar a confiabilidade do sistema eleitoral é recorrente. Sem provas, o presidente já afirmou em diversas ocasiões que houve fraude na eleição de 2018, quando disputou o segundo turno com o petista Fernando Haddad e saiu vitorioso. Em viagem aos Estados Unidos, ele chegou a dizer que tinha provas de que tinha sido eleito já no primeiro turno. Instado pela Justiça, ele jamais apresentou as provas.

O Supremo Tribunal Federal (STF) já decidiu que é inconstitucional a adoção do voto impresso, ao concluir que a medida viola o sigilo e a liberdade do voto. O sistema foi barrado em 2018, atendendo a um pedido feito pela então procuradora-geral da República, Raquel Dodge. A decisão da Corte foi confirmada neste ano pelo plenário, em julgamento virtual concluído em setembro.

A impressão dos votos nas eleições brasileiras teriam um custo de R$ 2,5 bilhões aos cofres públicos ao longo de dez anos, segundo estimativas feitas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Mencionando também a decisão do STF, Bolsonaro minimizou o que seria gasto para implantar o sistema.

"Como diz que a democracia não tem preço, se vamos gastar mais R$ 1 bilhão ou R$ 2 bilhões para botar a impressora do lado, vamos fazer isso aí. E aprovando via PEC, vamos botar em prática", disse.

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