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Como foi o Sete de Setembro de 2020 de Bolsonaro
Bolsonaro tira selfie em meio a pequena multidão de pessoas que compareceram à solenidade do Sete de Setembro de 2020.| Foto: TV Brasil/reprodução

A pandemia de coronavírus forçou o cancelamento do tradicional desfile militar do Sete de Setembro em Brasília, mas não impediu a participação do presidente Jair Bolsonaro numa solenidade do Dia da Independência, nesta segunda-feira (7). A cerimônia foi curta e teve a participação de pouco público em comparação com as comemorações do Sete de Setembro de outros anos. Mas serviu para demonstrar o prestígio de Bolsonaro entre seus apoiadores. Também demonstrou apoios com os quais ele vêm construindo sua base política; e os atritos que o governo coleciona com autoridades de peso.

Em desfile simbólico em frente do Palácio da Alvorada, Bolsonaro participou de uma cerimônia curta – em torno de 30 minutos –, com direito à execução dos hinos Nacional e da Independência e ao hasteamento da bandeira nacional. A cerimônia foi encerrada com a participação de aeronaves da tradicional Esquadrilha da Fumaça.

O presidente da República evitou a imprensa e limitou-se a cumprimentar as autoridades e seus apoiadores presentes no evento. Pouco mais de 500 eleitores de Bolsonaro prestigiaram a solenidade em área destinada a populares. O presidente chegou à cerimônia no tradicional automóvel conversível Rolls-Royce, de 1952, usado por chefes do Executivo federal, acompanhado de 10 crianças.

Ao desembarcar do automóvel, Bolsonaro cumprimentou os apoiadores. O mesmo foi feito antes de sua chegada por sua mulher, Michelle. A primeira-dama os prestigiou acompanhada do secretário-executivo do Ministério das Comunicações, Fábio Wajngarten, e do secretário especial de Cultura, Mário Frias. Bolsonaro voltou a saudar o eleitorado ao fim da solenidade, cumprimentando pessoas e tirando selfies.

A Secretaria Especial de Comunicações informou inicialmente que o evento seria restrito a convidados, mas o espaço acabou acomodando estrutura para receber os apoiadores que diariamente visitam o Alvorada. Puderam ser vistas, entre as pessoas presentes, bandeiras do Brasil, dos Estados Unidos de Israel. Nem todas usaram máscara de proteção. Bolsonaro, que já contraiu coronavírus, tampouco usou máscara.

Maia ausente no Sete de Setembro; Alcolumbre presente: o que isso significa

A solenidade contou com a presença de autoridades. Além de Bolsonaro, participaram o vice-presidente Hamilton Mourão, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), ministros e secretários de Estado, e a primeira-dama, Michelle Bolsonaro.

O desfalque mais notado na solenidade do Sete de Setembro entre as autoridades foi o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Maia anunciou publicamente na última quinta-feira (3) que rompeu relações com o ministro da Economia, Paulo Guedes. “Foi encerrada a interlocução”, declarou. Segundo ele, Guedes tem proibido a conversa de secretários e demais técnicos com ele.

É o segundo ano consecutivo que Maia não participa de uma solenidade do Sete de Setembro. Em 2020, ele estará no Rio de Janeiro, seu reduto eleitoral. Na solenidade de 2019, Maia também não compareceu, por estar em viagem no Catar.

Se por um lado a ausência de Maia sinaliza rusgas entre a Presidência da Câmara, o oposto equivale à participação de Alcolumbre no evento simbólico. O presidente do Senado mantém um alinhamento forte com o Executivo, inclusive, para pleitear apoio político para sua candidatura à reeleição.

A presença na cerimônia do Sete de Setembro de outro político importante, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, dá sinais de que o rompimento anunciado em março ficou para trás. Ainda em junho, ele e Bolsonaro se reaproximaram, quando o governo inaugurou um Hospital de Campanha em Águas Lindas (GO). Pelo Twitter, Caiado enalteceu o Dia da Independência. “Representa o 1.º passo para a conquista de autonomia política do povo brasileiro”, escreveu.

A presença no Sete de Setembro de Mário Frias – que recentemente se envolveu numa polêmica envolvendo um vídeo em que enaltecia os heróis nacionais – também mostrou que o secretário de Cultura conta com o apoio de Bolsonaro.

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