O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) condenou a decisão do ministro israelense Israel Katz de declarar o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, como “persona non grata” por não condenar com veemência o ataque iraniano ao país.
O posicionamento do Ministério das Relações Exteriores nesta quinta (3) ocorreu um dia depois da tensa reunião do Conselho de Segurança da ONU que não chegou a um consenso, exceto por duras críticas da chancelaria de Israel na organização.
“O ataque do governo de Israel a uma Organização que foi constituída para salvar a humanidade do flagelo e atrocidades da II Guerra Mundial e para proteger os direitos humanos fundamentais e a dignidade da pessoa humana não contribui para a paz e o bem-estar das populações israelense e palestina e afasta a região de uma solução pacífica”, disse o Itamaraty em nota (veja na íntegra mais abaixo).
O governo brasileiro afirma que a declaração de Katz “prejudica fortemente” os esforços que têm sido feitos pela ONU para um cessar-fogo imediato no Oriente Médio, além de afetar as negociações para a libertação de todos os reféns em Gaza e a criação de um “Estado da Palestina independente e viável convivendo lado a lado com Israel”.
“Ao manifestar sua solidariedade ao Secretário-Geral António Guterres, o Brasil reafirma a importância das Nações Unidas, notadamente de sua Assembleia Geral e de seu Conselho de Segurança, nos esforços pelo cessar-fogo e por uma solução de dois Estados”, pontuou a nota.
Além de Gutérres, o governo israelense também já declarou Lula como “persona non grata” por conta das constantes críticas contra a reação aos ataques terroristas do Hamas em outubro do ano passado.
A crise diplomática entre os dois países ocorreu quando Lula comparou a situação de Gaza, onde milhares de civis morreram em meio ao conflito entre Israel e o grupo Hamas, ao regime nazista de Adolf Hitler, que perseguiu os judeus durante a Segunda Guerra Mundial.
Veja a nota completa do Ministério das Relações Exteriores:
O governo brasileiro lamenta e condena a decisão do governo de Israel, anunciada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Israel Katz, de declarar o secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, como “persona non grata”.
Tal ato prejudica fortemente os esforços da Organização das Nações Unidas em favor de um cessar-fogo imediato no Oriente Médio, da libertação imediata e incondicional de todos os reféns e de um processo que permita a concretização da solução de dois Estados, com um Estado da Palestina independente e viável convivendo lado a lado com Israel, em paz e segurança, dentro das fronteiras de 1967, o que inclui a Faixa de Gaza e a Cisjordânia, tendo Jerusalém Oriental como sua capital.
O ataque do governo de Israel a uma Organização que foi constituída para salvar a humanidade do flagelo e atrocidades da II Guerra Mundial e para proteger os direitos humanos fundamentais e a dignidade da pessoa humana não contribui para a paz e o bem-estar das populações israelense e palestina e afasta a região de uma solução pacífica.
Ao manifestar sua solidariedade ao Secretário-Geral António Guterres, o Brasil reafirma a importância das Nações Unidas, notadamente de sua Assembleia Geral e de seu Conselho de Segurança, nos esforços pelo cessar-fogo e por uma solução de dois Estados.
Triângulo Mineiro investe na prospecção de talentos para impulsionar polo de inovação
Investimentos no Vale do Lítio estimulam economia da região mais pobre de Minas Gerais
Conheça o município paranaense que impulsiona a produção de mel no Brasil
Decisões de Toffoli sobre Odebrecht duram meses sem previsão de julgamento no STF
Deixe sua opinião