Procurador-geral Augusto Aras tem feito críticas à atuação da força-tarefa da Lava Jato.
Procurador-geral da República, Augusto Aras| Foto: Roberto Jayme/TSE.

O procurador-geral da República, Augusto Aras, solicitou nesta terça-feira (21) que o governo federal e o governo do Amazonas aumentem a segurança no Vale do Javari, onde o indigenista Bruno Pereira e o jornalista britânico Dom Phillips foram assassinados. "A medida tem o propósito de assegurar a implementação de várias providências para ampliar a segurança de indígenas, moradores e servidores públicos que atuam no Vale do Javari", disse o Ministério Público Federal (MPF), em nota.

Foram enviados ofícios ao governador Wilson Lima e aos ministros Anderson Torres (Justiça), Paulo Sérgio Oliveira (Defesa), Fábio Faria (Comunicações), e ao diretor-geral da Polícia Federal (PF), Márcio Nunes de Oliveira. “O pedido é para que cada autoridade - considerando a força policial que comanda - aumente a quantidade de agentes destinada à região”, disse o MPF. Aras pediu que a PF envie mais de agentes e delegados recém-aprovados em concurso público e que, neste momento, passam por curso de formação.

O PGR solicitou que o ministro das Comunicações melhore os serviços de internet e telecomunicações na região. “A precariedade desses serviços, atualmente, essenciais, afetam o controle da área, as investigações e a agilidade na comunicação, inclusive de suspeitas que podem evitar novos crimes”, disse o MPF.

Aras solicitou também uma reunião com o presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Marcelo Augusto Xavier da Silva, ainda nesta semana. “Segundo os relatos, além da falta de pessoal, os agentes lotados na base do órgão [Funai] não dispõem de equipamentos de proteção e nem recebem o apoio das forças de segurança”, afirma o Ministério Público Federal.

No último domingo (19), Aras e uma comitiva do MPF estiveram em em Tabatinga para discutir a reestruturação do órgão e outras medidas capazes de ampliar a presença estatal na região do Vale do Javari. O PGR participou de reuniões com lideranças indígenas, procuradores da República lotados no estado e representantes do Ministério Público estadual, do Exército, da Funai, da Polícia Federal e da Marinha.