Casos sextuplicam entre jovens e Fiocruz vê ‘rejuvenescimento’ da pandemia no Brasil
Fiocruz: “Impactos do rejuvenescimento da pandemia estão ligados à ocupação de leitos, já que a população com menos comorbidades têm maior tempo de permanência na internação em terapia intensiva”| Foto: Miguel Schincariol / AFP

O Observatório Covid-19 da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) informou nesta sexta-feira (26) que os dados mais recentes apontam para um aumento de casos entre adultos jovens, movimento chamado pelos especialistas de 'rejuvenescimento' da pandemia. A instituição diz que um dos efeitos dessa mudança é a contribuição para manutenção do cenário crítico na ocupação de leitos hospitalares.

A maior presença de jovens internados em hospitais é um fenômeno relatado por profissionais de saúde de diferentes regiões. O boletim da Fiocruz desta semana traduz essa impressão em números. Usando dados relativos a síndromes respiratórias agudas graves (SRAG), que incluem majoritariamente casos de covid-19, a instituição disse ter observado um crescimento nos casos envolvendo adultos jovens ainda mais acentuado do que a média geral.

Na comparação da primeira semana epidemiológica do ano com a décima semana (7 a 13 de março), o número de casos cresceu 316%. Mas entre as faixas etárias de 30 a 39 anos, 40 a 49 anos e 50 a 59 anos o crescimento foi de 565%, 626% e 525%, respectivamente. No caso dos óbitos, o movimento é menos expressivo, mas ainda presente. A alta total de mortes foi de 223%, mas no caso das faixas de 30 a 39, 40 a 49 e 50 a 59 o incremento foi de 353%, 419% e 317%, respectivamente.

Os especialistas explicam que um dos impactos do rejuvenescimento da pandemia está ligado à ocupação de leitos. "Por se tratar de população com menos comorbidades – e, portanto, com evolução mais lenta dos casos graves e fatais, frequentemente há um maior tempo de permanência na internação em terapia intensiva”.