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A ex-ministra Damares Alves disse nesta terça-feira (10) que não irá abrir mão de sua pré-candidatura ao Senado pelo Distrito Federal. Filiada ao Republicanos, Damares tem dividido espaço com a também ex-ministra Flávia Arruda (PL) na disputa pela vaga no mesmo palanque que o presidente Jair Bolsonaro (PL).
"Não tem mais recuo. Isso aqui é para valer. É de verdade. [A pré-candidatura] não é para fazer acordo, não é para chantagear ou para amedrontar", disse Damares à Gazeta do Povo.
As duas ex-ministras se lançaram pré-candidatas ao Senado, num movimento que ameaça dividir a base do presidente Bolsonaro no DF. Nos bastidores, a pré-candidatura de Damares Alves ao Senado vinha sendo vista como uma forma de o Republicanos pressionar para emplacar a primeira suplência de Flávia.
A estratégia, no entanto, foi descartada pelo presidente do Republicanos no DF, Wanderley Tavares. "Não existe nenhuma possibilidade de negociar a candidatura da Damares. Essa decisão não é regional, mas sim da executiva nacional. Nós não estamos fazendo nenhum movimento para negociar suplência ou vice", defendeu Tavares.
Sobre o apoio de Bolsonaro na capital do país, Damares alegou que não irá "emparedar" o presidente. "Nós não vamos trazer o presidente para esse constrangimento. Quem vai decidir isso é a população. O presidente tem respeito e admiração pelas duas. Eu tenho respeito e admiração pela Flávia e tenho certeza que de lá pra cá é do mesmo jeito. Nós não vamos colocar o presidente na parede", afirmou a ex-ministra.
Paralelamente, o movimento do Republicanos implica ainda na chapa do governador Ibaneis Rocha (MDB), que irá disputar à reeleição abrindo palanque para Bolsonaro na capital do país. O emedebista já sinalizou que pretende apoiar Flávia Arruda na chapa, mas o impasse sobre Damares pode tirar o Republicanos da base do governador. De acordo com Tavares, o partido ainda espera negociar com Ibaneis.
"Ela [Damares] será candidata ao Senado. Nós estamos buscando a composição com o governador Ibaneis. Ele vai tomar a decisão dele e em cima de decisão dele nós vamos tomar a nossa", completou Tavares.
Segundo Damares, os políticos locais irão decidir por apoiar quem tiver mais chances de vitória. "Eu tenho certeza que os líderes políticos, na hora que tiverem números na mão, vão escolher a que tem mais potencial de ser eleita. Com certeza sou eu", defendeu a ex-ministra.