Deputado Capitão Augusto (PL-SP).
Líder da “bancada da bala”, Capitão Augusto (PL-SP) está conversando com os deputados que assinaram o pedido de CPI para convencê-los a mudar de ideia.| Foto: Divulgação\Câmara dos Deputados

Um bate-boca marcou o início da reunião do grupo de trabalho que discute o pacote anticrime do ministro da Justiça, Sergio Moro, na Câmara dos Deputados, nesta terça-feira (3). Parte dos deputados reclamou de declarações do relator do projeto, Capitão Augusto (PL-SP), que disse que vai tentar reincluir pontos retirados do relatório na votação em plenário. “Acho que essa posição diverge do papel de relator”, disparou Paulo Teixeira (PT-SP).

“O senhor está dizendo que não é capaz de ser o relator de um relatório do grupo”, afirmou Marcelo Freixo (PSOL-RJ). Já a deputada Carla Zambelli (PSL-SP) acusou os colegas de estarem tentando articular a troca do relator. "Quem concorda [com o relatório] fica quieto e quem discorda quer destituí-lo do cargo [de relator]”, reclamou. Freixo rebateu: "A vontade de agradar o ministro [Moro] é tão grande que as pessoas perdem a capacidade de audição. Não farei isso [sugerir a troca de relator] porque de golpe não sou eu que entendo".

A preocupação dos deputados é que Augusto não tenha condições de defender o resultado do trabalho do grupo quando o projeto for ao plenário da Câmara. O texto já sofreu uma série de modificações no colegiado - e boa parte foi consensual. O relator afirma, no entanto, que não abre mão de determinados pontos, como o excludente de ilicitude. “Esse relatório que será aprovado nessa comissão não é o meu relatório. Eu não vou assinar nada que não seja meu”, disse. “No plenário nós vamos tentar, sim, resgatar. No plenário eu tenho certeza de que somos ampla maioria, folgada maioria”, completou Augusto.