PGR diz que modelo de forças-tarefa é incompatível
Sede da Procuradoria-Geral da República| Foto: MPF

Em meio a uma crise com procuradores da Lava Jato, a Procuradoria-Geral da República afirmou que o modelo de forças-tarefas (base da operação de combate à corrupção) está esgotado, é desagregador e incompatível com a instituição. A manifestação foi assinada pelo vice-procurador-geral, Humberto Jacques, nesta terça-feira (30) ao rejeitar a prorrogação do empréstimo de dois procuradores com dedicação exclusiva para trabalhar na força-tarefa da operação Greenfield. Responsável pelo ressarcimento de mais de R$ 11,6 milhões aos cofres públicos, o grupo voltado à operação já contou com 5 procuradores com dedicação exclusiva. Agora terá apenas o titular do caso, Anselmo Lopes, e o apoio de outros procuradores com acúmulo de funções. Três procuradores da Lava Jato de SP também perderam a dedicação exclusiva à operação, assim como um procurador da força-tarefa no PR. Os seis procuradores terão de acumular casos de corrupção com os processos das unidades de origem. A decisão do vice-PGR, designado por Augusto Aras para tratar do assunto, fala que é preciso encontrar solução definitiva para os arranjos de composição das forças-tarefas da Lava Jato, que são vistos como precários porque são feitos temporariamente e geram desgastes na hora de renovação. Nos bastidores do MPF, a leitura é que a PGR está desidratando as forças-tarefas para forçar a criação da Unidade Nacional Anticorrupção (UNAC) - proposta em discussão no Conselho Superior do MPF - ou alguma outra solução.