Manuela D’Ávila durante o evento de lançamento de sua candidatura à vice-presidência da República, em setembro de 2018.
Manuela D’Ávila durante o evento de lançamento de sua candidatura à vice-presidência da República, em setembro de 2018.| Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

Walter Delgatti Neto, o hacker que entrou em contato com Manuela D'Ávila (PCdoB) em maio, apresentou seu conteúdo à ex-deputada como algo capaz de "soltar Lula" e "derrubar o MPF [Ministério Público Federal]". "Eu tenho uma coisa que muda o Brasil hoje", afirmou ele nas primeiras mensagens. Foi Manuela quem encaminhou o hacker a Glenn Greenwald, do The Intercept Brasil. Os diálogos entre Manuela e Delgatti aparecem anexados ao inquérito da Polícia Federal (PF) que apura o caso, e aos quais a revista Veja teve acesso. A ex-deputada entregou seu celular à PF por iniciativa própria em agosto.

Nas primeiras mensagens, o hacker se dirigiu a Manuela com o número de telefone do senador Cid Gomes (PDT-CE), mas logo afirmou não ser Cid. "Eu entrei no Telegram de todos os membros da força-tarefa da Lava Jato", escreveu. "Dá para soltar Lula hoje". Conversas entre ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) também estariam no pacote, mas em nota divulgada nesta sexta (1º) a PF afirmou que Delgatti mentiu ao alegar ter invadido o grupo da corte. Preso preventivamente pela Operação Spoofing, o hacker está detido na penitenciária da Papuda, em Brasília.