Segundo Villas Bôas, o aumento dos pedidos por parte de empresários e sociedade civil por uma intervenção militar foi uma das causas que motivaram a postagem.
Segundo Villas Bôas, o aumento dos pedidos por parte de empresários e sociedade civil por uma intervenção militar foi uma das causas que motivaram a postagem.| Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

O general Eduardo Villas Bôas afirmou que as polêmicas postagens feitas por ele no Twitter, na véspera do julgamento do habeas corpus de Lula, pelo Superior Tribunal Federal (STF), em 2018, foram elaboradas em conjunto com o Alto Comando do Exército. A revelação foi feita no livro “General Villas Bôas: conversa com o comandante, lançado recentemente pela Editora FGV a partir de depoimentos do próprio general, comandante do Exército nos governos de Dilma Rousseff e Michel Temer.

Nos momentos que antecederam o julgamento do ex-presidente, Villas Bôas postou uma série de mensagens na rede social, afirmando que a instituição "julga compartilhar o anseio de todos os cidadãos de bem de repúdio à impunidade”, que o Exército defende o "respeito à Constituição, à paz social e à Democracia", e que a instituição "se mantém atenta às suas missões institucionais".

Na ocasião, a publicação foi interpretada como uma forma de pressão sobre o STF. “"O texto teve um rascunho elaborado pelo meu staff e pelos integrantes do Alto Comando residentes em Brasília. No dia seguinte da expedição, remetemos para os comandantes militares de área. Recebidas as sugestões, elaboramos o texto final, o que nos tomou todo expediente, até por volta das 20 horas, momento que liberei para o CComSEx (Setor de comunicação do Exército) para expedição", declarou Villas Bôas na publicação. Segundo ele, o aumento dos pedidos por parte de empresários e sociedade civil para uma intervenção militar foi uma das causas que motivaram a postagem.