O presidente do STF, Luiz Fux.
O presidente do STF, Luiz Fux.| Foto: Nelson Jr./SCO/STF

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luiz Fux, afirmou nesta quinta-feira (26) que a Polícia Militar do Rio de Janeiro deve satisfações à Corte sobre a operação policial na Vila Cruzeiro na última terça (24). A ação deixou pelo menos 23 mortos. "Tendo em vista a posição em que se encontra o STF, achei por bem não polemizar com a PM. A PM deve satisfações, eu estou aguardando essas satisfações", disse Fux na abertura da sessão plenária do STF.

A PM chegou a contabilizar 26 mortes, mas informou que três casos inicialmente vinculados à operação foram resultado de um confronto entre traficantes no Morro do Juramento, informou o portal g1. A operação foi a segunda mais letal do Rio e foi realizada com a participação do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar do Rio, Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal.

Em junho de 2020, o ministro Edson Fachin proibiu operações policiais nas comunidades do Rio durante a pandemia. A decisão foi referendada pelo plenário da Corte. Desde então, o STF definiu outras regras para reduzir a letalidade das ações policiais. O ministro Gilmar Mendes citou nesta quinta a "violência policial lamentável" e o "quadro extremamente preocupante com a palavra de autoridades locais atribuindo ao STF a responsabilidade por essa tragédia que nós sabemos que é um problema estrutural".

O ministro fez referência a entrevista do coronel da PM Luiz Henrique Pires após a operação. O coronel criticou uma decisão do Supremo de limitar operações nas favelas durante a pandemia. "É preciso que as coisas sejam ditas com muita clareza e perspectiva isenta, devemos contribuir para superação das crises e não para ficar aí a apontar culpados ou bodes expiatórios", afirmou Gilmar.

Na quarta-feira (25), Fachin conversou com o procurador de Justiça do Rio de Janeiro, Luciano de Oliveira Mattos de Souza, e manifestou "muita preocupação" com a operação policial.