sede do MPF do Paraná, sede da Lava Jato
Sede do Ministério Público Federal do Paraná, onde funcinou a força-tarefa da Lava, dissolvida em 1.º de fevereiro.| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

Os procuradores que fizeram parte da força-tarefa da Lava Jato no Paraná divulgaram nota nesta sexta-feira (26) em que negam ter investigado o presidente Jair Bolsonaro e seus familiares. A nota foi uma reação à afirmação de Bolsonaro de que "vários diálogos" entre o procurador Deltan Dallagnol, ex-coordenador da força-tarefa Lava Jato no Paraná, e membros do Ministério Público Federal (MPF) demonstram "perseguição" a sua família.

A nota dos procuradores informa que a força-tarefa tinha por atribuição investigar a Petrobras e não Bolsonaro ou seus familiares. Os ex-integrantes da Lava Jato afirmam ainda que não reconhecem a veracidade e a autenticidade das supostas mensagens atribuídas a eles, que foram obtidas por hackers. Os procuradores dizem ainda que, embora não reconheçam as mensagens, o conteúdo delas revela apenas " uma brincadeira entre colegas de trabalho".

Leia a íntegra da nota dos procuradores que integraram a Lava Jato:

"Os procuradores da República que integraram a força-tarefa Lava Jato esclarecem sobre recente publicação do presidente Bolsonaro envolvendo supostas mensagens:

1. Os procuradores da República que integraram a força tarefa Lava Jato reafirmam que não reconhecem a autenticidade e a veracidade das mensagens criminosamente obtidas por hackers que estão lhe sendo atribuídas. Os supostos diálogos constantes nessas mensagens, editados, descontextualizados e deturpados, vem sendo utilizados de forma deliberada e sistemática por condenados da operação e simpatizantes que, não conseguindo enfrentar as provas e fatos que constam em centenas de autos judiciais, limitam-se a fazer e renovar, por dezenas de vezes, falsas acusações.

2. No caso específico, ainda que os diálogos tivessem ocorrido da forma como apresentados – embora não se reconheça o seu conteúdo, seja pelo tempo, seja pela ordem em que são apresentados, seja pelo conteúdo – as mensagens mostram, evidentemente, somente uma brincadeira entre colegas de trabalho. Qualquer interpretação diferente que se faça da questão, além de ser totalmente contrária ao contexto jocoso revelado pelas próprias supostas mensagens, não tem qualquer amparo na realidade. A força-tarefa do caso Lava Jato em Curitiba tinha atribuição limitada à investigação de crimes relacionados às empresas do Grupo Petrobras, não alcançando eventuais investigações relacionados ao presidente ou a sua família."