O ex-presidente Lula.
O ex-presidente Lula.| Foto: José Cruz/Agência Brasil

Na véspera de julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF), a defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva desistiu de dois habeas corpus que alegavam a suspeição dos desembargadores João Pedro Gebran Neto e Carlos Eduardo Thompson Flores Lenz, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), no caso do sítio de Atibaia, processo em que o petista foi condenado a 8 anos, 10 meses e 20 dias de reclusão.

A desistência foi homologada pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, nesta quinta-feira (4), e acaba minando uma tentativa do relator da Lava Jato na corte de reduzir danos ao legado da operação. Uma das estratégias de Fachin era levar ao plenário virtual da Segunda Turma do STF os dois recursos dos quais Lula desistiu.

O objetivo do ministro com julgamentos que começariam nesta sexta-feira (5), era apontar que não há suspeição dos desembargadores na ação do sítio de Atibaia, em uma tentativa de esvaziar a discussão sobre a suspeição do ex-juiz Sergio Moro. O processo envolvendo o ex-ministro da Justiça deve ter o julgamento concluído pela Segunda Turma ainda neste semestre.

Na petição encaminhada a Fachin nesta quinta (4), a defesa de Lula lembrou que os habeas corpus em questão foram impetrados em 2019, contra uma decisão do ministro Jorge Mussi, do Superior Tribunal de Justiça. Nos habeas corpus, os advogados do petista alegavam que Gebran Neto, relator da Lava Jato no TRF-4, teria uma "amizade íntima" com Moro e que Thomson Flores proferiu diversos elogios às decisões do ex-juiz da Lava Jato antes mesmo de lê-las.