O ex-ministro Luiz Henrique Mandetta, em depoimento há pouco na CPI da Covid do Senado, disse que "não é verdade" que ele orientou os cidadãos a só procurarem serviços de saúde no caso de falta de ar mais acentuada. "Tenho visto essa máxima repetida e isso é mais uma guerra de narrativas", declarou.
A suposta fala de Mandetta costuma ser citada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) como uma crítica ao antigo ocupante do Ministério da Saúde. Bolsonaro citou a declaração, por exemplo, em 18 de março, durante sua live semanal: “O apelo que eu faço a quem é contra [o tratamento inicial]… Sem problemas. Se você começar a sentir um negócio esquisito lá, você segue a receita do ministro Mandetta. Você vai para casa, e quando você estiver lá… com falta de ar, aí você vai para o hospital”.
Segundo Mandetta, a orientação que ele passou foi prestada em janeiro e fevereiro do ano passado, quando a pandemia ainda não havia chegado ao Brasil e a população começava a se preocupar com notícias vindas de outros países, especialmente China e Itália. O ex-ministro declarou que as pessoas procuravam, na ocasião, serviços de saúde e "99,9999%" dos casos não correspondam ao coronavírus, e o restante era de doenças não identificadas. Mandetta acrescentou que a orientação geral, em caso de viroses, é de "observar e não ir diretamente para o hospital".