Ministro Alexandre de Moraes é o relator do inquérito dos atos antidemocráticos no STF.
O ministro do STF, Alexandre de Moraes.| Foto: Divulgação/STF

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), mandou afastar o delegado Felipe Leal das investigações que apuram a suposta interferência do presidente Jair Bolsonaro na Polícia Federal. Em despacho divulgado nesta sexta-feira (27), Moraes alegou que o delegado estava avançando sobre temas que não guardam relação com o objeto do inquérito, aberto em abril de 2020 a partir de denúncia feita pelo então ministro da Justiça e Segurança, Sergio Moro, que pediu demissão acusando Bolsonaro de tentar interferir na PF.

Leal pediu informações sobre atos administrativos do atual diretor-geral da PF, Paulo Maiorino, que assumiu o cargo em abril deste ano. Leal queria saber se o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) ajudou de alguma maneira a defesa do senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), filho do presidente, no inquérito das “rachadinhas” e também como foi o processo de afastamento de Alexandre Saraiva do comando da Superintendência da PF no Amazonas, pouco depois da posse de Maiorino — Saraiva havia denunciado o ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles ao STF por obstrução de investigação.

Moraes determinou a anulação desses pedidos de informação, oficiou o diretor-geral da PF dessa decisão e solicitou a troca do delegado Leal. Atualmente, o inquérito da interferência encontra-se travado pela indefinição do STF sobre a forma como deve ser tomado o depoimento de Bolsonaro, se por escrito ou presencialmente.