Ministro Sergio Moro falou com exclusividade com a Gazeta do Povo
Moro acrescentou que, tanto no caso de Paraisópolis, como no assassinato a tiro da menina Ágatha Felix no Rio de Janeiro, não se poderia ser aplicado excludente de ilicitude.| Foto: Rodrigo Sierpinski/Gazeta do Povo

Ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro comentou nesta quarta-feira (4) as nove mortes em Paraisópolis, zona sul de São Paulo, na madrugada do domingo (1º), após ação da polícia militar. As vítimas morreram pisoteadas. Moro atribuiu o fato a um "erro operacional grave" da Polícia Militar de São Paulo. "Aparentemente houve lá um excesso, um erro operacional grave que resultou na morte de algumas pessoas. Mas em nenhum momento ali existe uma situação de legítima defesa", disse Moro.

Moro procurou também rebater críticas publicadas na imprensa e nas redes sociais, por especialistas do setor de segurança pública e defensores de direitos humanos, de que a ação policial pode ter sido feita sob influência da propostas legislativas que encaminhou ao Congresso em fevereiro para ampliar a "excludente de ilicitude" - o conjunto de situações em que essa norma jurídica poderia livrar de pena o autor de uma morte. O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), chamou o caso de "incidente triste" e disse transmitir aos familiares dos nove jovens mortos sua "solidariedade". Moradores, em relatos e vídeos, acusam os PMs de agir com truculência.