Recursos para combate a incêndios em MS
Incêndios florestais no Pantanal produzem partículas e gases que podem causar a chuva negra| Foto: Divulgação/Corpo de Bombeiros

Com possibilidade de acontecer até domingo, 20, em São Paulo, o fenômeno da "chuva negra" resulta da chegada da fumaça das queimadas do Pantanal que se junta à alta carga de poluição atmosférica produzida na cidade. Segundo pesquisadores, embora o acúmulo de material particulado no ar aumente riscos para saúde e possa provocar problemas respiratórios, a chuva, em si, tem maior potencial de poluir rios e mananciais - sem grandes impactos para pessoas, casas ou veículos.

Os incêndios lançam à atmosfera fuligem e material particulado, que são partículas muito finas de sólidos ou líquidos que ficam suspensas no ar, além de gases como monóxido (CO) e dióxido de carbono (CO2). As correntes aéreas, no entanto, arrastam a fumaça desde os focos da queimada. Em região de influência de deslocamentos de correntes de ar, São Paulo acaba recebendo parte dessa carga poluente, que pode bifurcar e chegar a Estados da Região Sul ou à Argentina.

Participante de pesquisa que monitora a presença de poluentes a atmosfera, Eduardo Landulfo, do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen-Cnen), explica que a "chuva negra" pode se formar por duas situações. A primeira é quando a carga se encontra com uma nuvem de chuva, os materiais se agregam e há precipitação. Já a segunda acontece quando a "pluma de fumaça" se forma abaixo da nuvem. "Se chover, a água capta essa sujeira e aí transforma na ‘chuva negra’."