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PF faz operação contra exploração de diamantes| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

Após pouco mais de um ano de investigação sobre um suposto esquema de venda de sentenças no Tribunal de Justiça da Bahia, a Operação Faroeste chegou na última segunda-feira (14), em suas 6ª e 7ª etapas. Além do afastamento do secretário de Segurança Pública do Estado, Maurício Teles Barbosa, e da Procuradora Geral de Justiça da Bahia, Ediene Santos Lousado, as novas fases envolveram buscas em 35 endereços ligados aos investigados. Entre eles, a casa da cantora Amanda Santiago, ex-vocalista da banda Timbalada e filha da desembargadora Maria do Socorro Barreto Santiago, presa preventivamente em dezembro do ano passado.

A artista foi envolvida no caso a partir de informações prestadas pelo advogado Júlio César Cavalcanti Ferreira em delação premiada homologada pela Justiça Federal após a quinta etapa da investigação realizada em março. Ele revelou aos investigadores como se dividia a suposta organização criminosa e apontou familiares de magistrados como operadores do recebimento das propinas obtidas com a venda das decisões judiciais. Parentes seriam usados por juízes e desembargadores para como 'via de drenagem de recursos criminosos'. "Maria do Socorro usava, possivelmente, suas filhas Mariana Santiago, Luciana Santiago e Amanda Santiago como vias de captação de vantagens indevidas, demonstrando preocupação com a incorporação de bens em seu nome", afirma o Ministério Público Federal.

Já para a defesa da desembargadora, o envolvimento das filhas é uma tentativa de 'coação'. "Querem que minha mãe delate o que ela não tem a delatar, mas querem forçar de qualquer jeito. Por isto estão tentando nos atingir, as filhas, para atingir a minha mãe de qualquer jeito. Quero dizer a todos que ela não delata porque nada fez, tudo isto é mentira", afirma a filha Mariana, que é advogada.