O ex-presidente Lula
Lula se manifestou por nota afirmando ter recebido com “extrema indignação” as mensagens atribuídas a membros da Lava Jato.| Foto: Miguel Schincariol/AFP

A procuradora da República Jerusa Viecili, integrante da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, pediu desculpas públicas ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em postagem no Twitter, na noite desta terça-feira (27). Reportagem do UOL em parceria com o The Intercept acusa membros da Lava Jato, incluindo Jerusa, de ironizarem a morte da ex-primeira-dama Marisa Letícia, em 2017, em mensagens privadas no aplicativo Telegram.

Um seguidor da procuradora escreveu logo na sequência do tuíte: “então as mensagens são verdadeiras. Enfim, alguém assumiu!” Cerca de uma hora depois, a procuradora escreveu novamente: "Lembrar de uma mensagem não autentica todo o conjunto. A existência de mensagens verdadeiras não afasta o fato de que as mensagens são fruto de crime e têm sido descontextualizadas ou deturpadas para fazer falsas acusações". E foi além: "Os procuradores da Lava Jato nunca negaram que há mensagens verdadeiras, exatamente porque foram efetivamente hackeados. Contudo, não é possível saber exatamente o quanto está correto, porque é impossível recordar de detalhes de 1 milhão de mensagens em 5 anos intensos"

O caso foi alvo de uma crítica pesada do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta terça: "gente que comemora a morte de alguém e diz que isso é uma falcatrua. Que falta de sensibilidade moral”. Da cadeia em Curitiba, Lula também se manifestou por nota, afirmando ter recebido com “extrema indignação” as mensagens atribuídas a membros da Lava Jato que “referem-se de forma debochada e até desumana” à morte de Marisa e outros entes queridos.