Presidente da Câmara, Rodrigo Maia, cortou o benefício do auxílio-mudança para deputados reeleitos com dois anos de atraso.
O ex-presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).| Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O atual presidente do PSDB-RJ, o empresário Paulo Marinho afirmou que desistiria do comando do diretório da sigla caso o ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia deixe o DEM para se filiar a legenda. "É um gesto de aceno para mostrar o quanto gostaríamos da chegada dele. Estamos de braços e portas abertas" diz Marinho. O convite a Maia já foi feito pelo governador de São Paulo, João Doria.

A eventual adesão de Maia ao PSDB reúne problemas e vantagens. O deputado chegaria a uma sigla quase inexpressiva regionalmente há anos e precisaria reconstruí-la para lhe dar alguma relevância política. A legenda que já governou o Estado com Marcello Alencar (1995-1998) não elegeu vereador na capital em 2020. Na última eleição presidencial, seu candidato, Geraldo Alckmin, teve 2,44% do eleitorado fluminense. Ficou o quinto lugar, atrás do nanico Cabo Daciolo, que ficou com 2,47%.

Mas a pouca importância do PSDB fluminense poderia ser favorável ao recém-chegado. Ele não disputaria espaço no partido com outros grupos e teria espaço para a migração de políticos de outras legendas. Enquanto isso, articularia uma frente para a eleição presidencial.

Espera-se que nomes de relevância do DEM acompanhem o ex-presidente da Câmara em sua decisão. A capital fluminense tem hoje o prefeito Eduardo Paes filiado ao partido. Há ainda o presidente da Câmara Municipal, Carlo Caiado, e outros seis vereadores. O DEM é a maior bancada no Legislativo carioca, empatado com PSOL e Republicanos. Há, no entanto, dúvidas quanto aos passos de Eduardo Paes, que talvez não acompanhe Maia num primeiro momento. O recente confronto de Maia com o presidente Jair Bolsonaro também pode afastar ou atrasar outras adesões.