Segmento evangélico não precisa ter ministro no STF para sentir-se representado, dizem juristas
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"O segmento protestante evangélico não precisa ter um ministro do Supremo Tribunal Federal para sentir-se representado ou cumprir o seu ministério", diz a Associação Nacional dos Juristas Evangélicos (Anajure) frente à declaração de Bolsonaro de que indicaria um pastor para a segunda vaga do STF. "Mais que um terrivelmente evangélico, se Deus quiser, nós teremos lá dentro um pastor", disse o presidente em uma igreja em São Paulo. "Um eventual ministro evangélico não deve mobilizar sua autoridade para privilegiar o segmento religioso, assim como um ministro ateu não poderia utilizar-se de seu poder decisório para discriminar qualquer religião", defende o grupo. "A identidade ou filiação religiosa de um indivíduo não deve ser o critério determinante para assunção a qualquer cargo público, seja no âmbito do Poder Judiciário ou qualquer outro Poder. No caso de Ministros do Supremo Tribunal Federal, os critérios constitucionais são claros: notório saber jurídico e reputação ilibada (art. 104, parágrafo único, CRFB/1988)", continua a nota da Anajure. A associação afirma, por outro lado, que a nomeação de um jurista conservador daria voz à "pluralidade ideológica e diversidade dentro do órgão de cúpula do Poder Judiciário".