O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, suspendeu a sessão desta quarta-feira (24) que iria definir se o presidente Jair Bolsonaro deverá depor de forma presencial ou por escrito no inquérito sobre interferência na Polícia Federal. O item era o último da pauta, mas pelo adiantado do horário, os ministros optaram por adiar o julgamento para esta quinta-feira (25).
O caso foi pautado depois que o ministro Alexandre de Moraes pediu "urgência' na análise pelo colegiado. O ministro, que é relator do caso, considerou que cabe ao plenário decidir sobre como deverá ser o depoimento de Bolsonaro. No final de novembro, a Advocacia-Geral da União (AGU) mudou de posição e informou à Corte que Bolsonaro havia desistido de se explicar às autoridades e que o processo poderia ser encaminhado à Polícia Federal para a elaboração do relatório final.
Moraes, no entanto, alegou que o investigado não pode deixar de ser submetido ao interrogatório policial, ainda que decida permanecer em silêncio. O ministro defendeu que a Constituição Federal não prevê o "direito de recusa prévia" ao investigado ou réu.
A investigação contra Bolsonaro foi aberta em abril de 2020, quando Sergio Moro deixou o Ministério da Justiça e acusou o presidente de querer obter acesso a investigações e relatórios de inteligência da Polícia Federal. O ex-juiz da Lava Jato já prestou depoimento e a oitiva do presidente é a última etapa para conclusão das investigações.