O ex-juiz e ex-ministro Sergio Moro
Nas redes sociais, Moro contestou a decisão, afirmando que não enriqueceu no setor público nem no privado e que também não atuou em casos de conflito de interesses.| Foto: Rodrigo Sierpinski/Gazeta do Povo

O Tribunal de Contas da União (TCU) determinou que a empresa de consultoria norte-americana Alvarez & Marsal informe em detalhes os valores repassados ao ex-juiz Sergio Moro na rescisão de contrato com a companhia. A decisão faz parte das investigações do Ministério Público de Contas sobre um suposto conflito de interesses envolvendo o trabalho de Moro na empresa e sua atuação durante a Operação Lava Jato. Em despacho, o ministro Bruno Dantas, do TCU, afirma ser necessário colher maiores informações acerca dessas questões para subsidiar a decisão de mérito a ser proferida. “Determino à empresa Alvarez & Marsal com vistas a obter toda documentação relativa ao rompimento do vínculo de prestação de serviços com o ex-juiz Sérgio Moro, incluindo datas das transações e valores envolvidos”, diz o documento.

Na decisão, Dantas determina também ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), bem como às corregedorias dos Tribunais de Justiça, para que, a título de cooperação, encaminhem informações acerca do número de processos de recuperação judicial em que empresas do grupo Alvarez & Marsal atuam ou atuaram na qualidade de administradora judicial desde o ano de 2013, em uma perspectiva de evolução cronológica, informando também as empresas que se encontravam em processo de recuperação judicial, a identificação das respectivas varas e valores de honorários arbitrados pelo juiz.

Nas redes sociais, Moro contestou a decisão, afirmando que não enriqueceu no setor público nem no privado e que também não atuou em casos de conflito de interesses. “Repudio as insinuações levianas do Procurador do TCU a meu respeito e lamento que o órgão seja utilizado dessa forma. Trabalhei 23 anos na carreira pública. Lutei contra a corrupção neste país como ninguém jamais havia feito. Deixei o serviço público e trabalhei honestamente no setor privado para sustentar minha família. Nunca paguei ou recebi propina, fiz rachadinha ou comprei mansões”, escreveu o ex-juiz.