Vacina de Oxford
Expectativa da Fiocruz era começar o calendário de imunização contra a Covid-19, de maneira emergencial, ainda em janeiro.| Foto: Justin Tallis/AFP

A Índia decidiu não permitir a exportação das doses que produzirá da vacina contra a Covid-19 desenvolvida pela farmacêutica AstraZeneca e pela Universidade de Oxford pelos próximos meses. A afirmação é do CEO do Instituto Serum da Índia, Adar Poonawalla, que vai produzir a vacina. A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), vinculada ao governo federal, agora vai tentar reverter diplomaticamente o veto indiano para a exportação de vacinas contra a Covid-19. A Fiocruz, que deverá produzir no Brasil a vacina de Oxford. Mas, enquanto isso não ocorre, esperava importar 2 milhões de doses para começar a vacinação já em janeiro. Neste fim de semana, a Anvisa autorizou a Fiocruz a importar as vacinas da Índia.

Instituto Serum foi contratado para produzir 1 bilhão de doses do imunizante para países em desenvolvimento. Mas o governo indiano pretende garantir doses prioritariamente para vacinar sua própria população. Então, decidiu vetar a exportação. Segundo Poonawalla, a determinação do governo da Índia também impede a comercialização do imunizante no mercado privado. "Só podemos dar [as vacinas] ao governo da Índia no momento", disse Poonawalla.

A decisão da Índia, em tese, também pode afetar a negociação de outra vacina, esta desenvolvida pelos próprios indianos, para o Brasil: a Covaxin. Clínicas particulares brasileiras esperam importar 5 milhões de doses desse imunizantes para começar a vacinação em março.