Gabriel Monteiro se defendeu, afirmou que não havia cometido crimes nos fatos narrados e pediu para não ser jogado na “cova dos leões”.
Gabriel Monteiro se defendeu, afirmou que não havia cometido crimes nos fatos narrados e pediu para não ser jogado na “cova dos leões”.| Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

O vereador Gabriel Monteiro (PL), do Rio de Janeiro, teve o mandato cassado pela Câmara Municipal na noite de quinta-feira (18). A sessão durou seis horas e meia e o placar final foi de 48 votos favoráveis à cassação e dois votos contrários (do próprio Monteiro e do vereador Chagas Bola (União Brasil - RJ). Monteiro foi o terceiro vereador mais votado no Rio de Janeiro nas eleições de 2020, com 60.326 votos. A cassação foi publicada no Diário Oficial do Rio desta sexta-feira (19).

O vereador foi julgado por quebra do decoro parlamentar por três razões: encenação com uma menor de idade em um shopping para seu canal do Youtube, agressão contra um morador de rua convidado para a encenação de um roubo na Lapa, também durante a gravação de um vídeo, e relação sexual gravada com uma garota menor de idade. As imagens foram posteriormente vazadas na internet.

Além das acusações iniciais, também houve denúncias de assessores do vereador por importunação sexual e estupro, porém, como esses crimes não faziam parte da denúncia inicial, não foram inseridos no relatório final da Comissão de Ética.

O vereador Chico Alencar (Psol), relator do processo por quebra de decoro contra Gabriel Monteiro no Conselho de Ética da Câmara, leu parte do relatório aprovado que pedia a cassação do mandato. Alencar afirmou que vídeos foram editados de forma a abusar de pessoas vulneráveis. "A filmagem da relação sexual com uma menor de idade, à época com 15 anos de idade, choca a todos. O vídeo é impublicável, com agressão física a mulher. Isso está filmado. Isso é impublicável”, afirmou o relator em declaração publicada pela Agência Brasil.

Já a defesa de Monteiro afirmou que a encenação com a adolescente no shopping foi consentida pela mãe da jovem, que a gravação com o morador de rua era um experimento social e que ele teria sido agressivo durante as filmagens, causando a reação do vereador. Já em relação ao vídeo íntimo, o  advogado  argumentou que o Monteiro não sabia que a menina com quem se relacionava era menor de idade.

O advogado Sandro Figueredo declarou ainda que Monteiro estava sendo vítima de uma conspiração da chamada máfia do reboque, empresa que teria sido denunciada por ele durante seu mandato.

Monteiro foi o último a falar. Ele se desculpou, disse que havia errado por não aprender com os colegas mais velhos e que era muito jovem. O vereador argumentou ainda que não havia cometido crimes nos fatos narrados e pediu para não ser jogado na “cova dos leões”.