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Carlos Melles, presidente nacional do Sebrae. Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo.
Carlos Melles participou, em Curitiba, do primeiro evento como presidente nacional do Sebrae. Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo.| Foto:

O ministro da Economia, Paulo Guedes, conseguiu uma vitória na última quarta-feira (17) ao emplacar Carlos Melles como novo presidente do Sebrae nacional. Alinhado com o governo, Melles contemporiza a declaração de Guedes sobre “meter a faca” no Sistema S em até 50%. Diz que o ministro quis dar uma “chamada de atenção” para que as entidades que integram o Sistema S percebam a “importância do setor para o governo”.

“Até porque se você fizer um corte de 30%, 50% você cria um colapso no sistema, um sistema visto como de educação, Sesi, Sesc e Senai e o próprio Sebrae (...) Então a gente tem que ter um pouco de cuidado para não ter nenhum colapso, senão fica pior a emenda do que o soneto”, disse o novo presidente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, em Curitiba, nesta segunda-feira (22), na entrega do 10º Prêmio Sebrae Prefeito Empreendedor.

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O interesse do governo no Sistema S não é novo, o ministro da Economia já havia dito que seria necessário “meter a faca” nos recursos destinados ao Sistema S, que em 2018 arrecadou R$ 17 bilhões. Guedes mencionou uma redução que poderia chegar de 30% a 50%.

A luta do ministro para emplacar aliados nas entidades objetiva conseguir um maior controle sobre as entidades. As instituições que compõem o Sistema S  recebem recursos por contribuições compulsórias que incidem sobre a folha de pagamento das empresas. A alíquota pode variar de 0,2% a 2,5%, dependendo do setor.

“A ideia é de que o Sebrae seja as pernas e os braços do governo para chegar nos municípios, chegar no interior focando em produção, em produtividade e em crescimento”, explicou Melles sobre a percepção do governo para a entidade.

Novo programa

“Estamos lançando a empresa simples de crédito. Essa talvez seja uma das maiores e melhores revoluções que nós vamos implementar no Brasil”, afirma Melles sobre programa que deverá ser sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro na próxima quarta-feira (24).

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A intenção é promover uma democratização do crédito. “Vamos ver como o Brasil vai se comportar com essa liberdade de crédito”, disse.

Alinhamento com o governo

Melles acredita que podem acontecer alguns cortes no repasse,  e diz que é preciso melhorar a aplicação dos recursos para alcançar mais pessoas. Mas defende o alinhamento com o governo para que o setor seja usado naquilo “que for bom para o país”.

Mas ele ressalta que é preciso também “fazer com que o governo entenda que o setor pode e deve ser autônomo para continuar ajudando o governo dentro da sua autonomia. Cortes, num primeiro momento, não me preocupam muito, me preocupa muito mais saber o que o governo quer de nós, o que podemos fazer pelo país”.

Transparência

Contratos de entrega e de gestão vão ser aplicados para especificar os gastos e os resultados obtidos dentro da instituição.

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“É uma necessidade de aperfeiçoamento da máquina pública, para aproximar mais a gestão empresarial da gestão privada. Essa é uma das coisas que nós vamos fazer logo, fazer um contrato de gestão para a gente prestar contas à sociedade de como está sendo gasto o dinheiro e o resultado desse dinheiro gasto”, diz Melles.

Ele afirma que haverá também uma organização em rede para melhorar a comunicação com as regionais.

Troca de diretoria

A troca de diretoria não teria sido “traumática” dentro da instituição, de acordo com Melles, “em função do nível do nosso grupo que entende que o Sebrae é maior que todos nós e a necessidade dele nesse sentido”, ressalta.

Ele afirma que seu histórico de trabalho com lei geral da micro e pequena empresa, o tornava de certa forma, uma “solução natural”.

A troca foi decidida em uma eleição realizada em caráter extraordinário, já que a diretoria anterior deveria permanecer até 2022.

João Henrique Souza (MDB), ex-presidente do Sebrae chegou ao cargo com apoio de Michel Temer e Robson Andrade, então presidente da Confederação Nacional da Indústria. Andrade foi afastado da CNI após a deflagração da Operação Fantoche, que investiga possíveis fraudes em contratos do Ministério do Turismo vinculados ao Sistema S.

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