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Caso Queiroz: denúncia de ex-aliado de Bolsonaro é trunfo de Moro no STF
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As revelações feitas pelo empresário Paulo Marinho à Folha de S. Paulo neste fim de semana serão investigadas no inquérito aberto no Supremo Tribunal Federal (STF) para apurar a suposta interferência política do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na Polícia Federal. A Procuradoria-Geral da República (PGR) já pediu que ele seja ouvido no inquérito. A PF também abriu um procedimento para investigar o vazamento de informações sigilosas.

Marinho, que é suplente de Flávio Bolsonaro no Senado, contou à Folha que o senador soube da deflagração da Operação Furna da Onça com antecedência através de um delegado da Polícia Federal. O senador teria sido avisado da operação entre o primeiro e o segundo turno das eleições presidenciais de 2018.

O delegado da PF teria dito, ainda, que a operação seria deflagrada apenas após o segundo turno das eleições para não prejudicar a campanha de Bolsonaro e ainda aconselhou Flávio a demitir Queiroz e a filha dele, que até então trabalhava no gabinete de Jair Bolsonaro em Brasília. As demissões de fato ocorreram no dia 15 de outubro de 2018.

No Congresso, já há pedidos de abertura de CPI para investigar o caso e pedidos de investigação no Conselho de Ética do Senado, que pode levar à cassação do mandato de Flávio. O PT também pressiona para que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) dê prosseguimento a pedidos de investigação sobre as eleições de 2018, que podem levar à cassação da chapa Bolsonaro-Mourão.

Inquérito sobre interferência na PF

O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), deve assistir nesta segunda-feira (18) o vídeo da reunião ministerial do dia 22 de abril, apontado pelo ex-ministro Sergio Moro como uma das provas da tentativa de interferência do presidente Jair Bolsonaro na Polícia Federal (PF). Depois de analisar as imagens, o ministro deve definir se levanta, ou não, o sigilo sobre as imagens.

Parte dos investigadores que atua no inquérito avalia que, até o momento, não foram encontradas provas que incriminem Bolsonaro. A tendência, segundo eles, é que o procurador-geral da República, Augusto Aras, peça o arquivamento do caso.

Na semana passada, a Advocacia-Geral da União (AGU) tornou público trechos das declarações do presidente que constam no vídeo da reunião ministerial ocorrida em 22 de abril.

O advogado de Sergio Moro, Rodrigo Sanchéz Rios, se disse “surpreendido” com a manifestação da AGU que divulgou trechos de falas do presidente. Segundo a defesa do ex-ministro, a transcrição parcial “revela disparidade de armas, pois demonstra que a AGU tem acesso ao vídeo, enquanto a defesa não tem”.

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