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Após a diplomacia brasileira reduzir os ataques contra a China e ter iniciado um processo de maior aproximação com a Índia, o Brasil tende a receber, a partir da próxima semana, os principais insumos para a produção das duas vacinas contra a Covid-19 liberadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa): a Coronavac e a AstraZeneca/Oxford. A ofensiva da diplomacia contou ainda com a ajuda de empresários brasileiros que têm contatos no exterior.

Ao longo da terça-feira (19) e início da quarta-feira (20), autoridades brasileiras e empresários intensificaram os contatos com representantes da Índia e da China para conseguir destravar os embaraços burocráticos, políticos e diplomáticos que atrasaram a entrega de insumos e de lotes de vacinas para o país. Após diversas tratativas, o governo brasileiro afirmou ter conseguido a liberação de 2 milhões de doses da vacina de Oxford. Segundo o governo, os imunizantes devem deixar Mumbai, na Índia, na próxima sexta-feira (220.

Já o governo chinês informou nesta quarta-feira, por meio do seu embaixador no Brasil, Yang Wanming, que não existem empecilhos políticos para a liberação dos insumos para a fabricação do Coronavac no Brasil. Em reunião com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), a embaixada chinesa declarou que o país vai acelerar o trâmite para as importações de matérias-primas para a Coronavac.

“Ele [Wanming] abriu a conversa já tratando que de forma nenhuma haveria obstáculos políticos para exportação dos insumos da China. Falou da importância da relação do Brasil com a China, do governo de São Paulo”, disse o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), em entrevista a GloboNews. “O embaixador me disse que não havia obstáculo político; havia problema técnico.”

Insumos das vacinas Coronavac ainda sem data para chegar

Nem Maia nem o governo brasileiro, contudo, arriscam dizer quando os novos insumos chineses chegam ao Brasil. Mas a expectativa é que pelo menos 11 mil litros de IFA (ingrediente farmacêutico ativo) da Coronavac deixem a China ao longo da próxima semana.

Fontes que acompanham diretamente as tratativas do governo brasileiro com China e Índia creditam o imbróglio diplomático aos diversos ataques desferidos pelo chanceler Ernesto Araújo e pelo filho do presidente Jair Bolsonaro, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), ao Poder Executivo chinês.

Em diversas oportunidades, Eduardo alegou que o coronavírus foi criado de propósito pela China como uma tentativa de reequilibrar a geopolítica internacional. Além disso, outro ponto de dissonância entre a União e a China foi as ameças de boicote brasileiro à participação da empresa chinesa Huawei no leilão para implantação da tecnologia 5G de telefonia no Brasil.

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