Após a retirada do sigilo das gravações da reunião ministerial do dia 22 de abril e a divulgação das imagens pelo STF, políticos, partidos e demais autoridades se manifestaram sobre as declarações feitas naquela ocasião pelo presidente e por ministros.
Alvo do presidente Jair Bolsonaro durante a reunião, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), disse que o Brasil está "atônito com o nível da reunião ministerial". Pelo Twitter, Doria disse que a gravação revela "descaso com a democracia, desprezo pela Nação e agressões à institucionalidade da Presidência da República" além de um exemplo ruim diante da pandemia da Covid-19.
O partido de Doria também se manifestou. Em nota, o PSDB a reunião "ficará marcada como um dos momentos mais baixos e deprimentes da história recente brasileira. Nenhum apego à liturgia do cargo, linguagem chula, ameaças gratuitas". O partido cobra ainda a demissão imediata do ministro da Educação, Abraham Weintraub, por causa das ofensas proferidas contra o Supremo.
O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), também reagiu com uma mensagem postada nas redes sociais em que diz que "do que ele me chama é essencialmente como ele próprio se vê". Ainda segundo o ex-aliado, "a falta de respeito de Bolsonaro pelos poderes atinge a honra de todos. Sinto na pele seu desapreço pela independência dos poderes".
A deputada Janaína Paschoal (PSL) também usou as redes sociais. No Twitter, escreveu: "Eu não sei se eu estou vendo a fita que vinha sendo anunciada. Realmente não sei. A fita que eu estou vendo reelege o Presidente.
Já a avaliação de políticos da esquerda veio na contramão. Fernando Haddad (PT) sublinhou frases dos ministros Weintraub, Paulo Guedes (da Economia) e Ricardo Salles (do Meio Ambiente) para escrever ironicamente "Baita equipe" e destacou: "Se a preocupação do presidente fosse com a segurança da família, ele não se referiria a “F**** AMIGO MEU”. Não há dúvida. PF não faz segurança de amigo. Nem vou falar do nível do governo. Sem condições!!", completou o petista.
Guilherme Boulos (Psol) escreveu que Bolsonaro teria confessado, no vídeo, a intenção de interferir na PF. Segundo ele, as declarações durante a reunião "não são palavras de um chefe de Estado, mas de um chefe de milícia!".
Em nota conjunta, os partidos de oposição na Câmara dos Deputados (PDT, PCdoB, PSOL, PSB, PT e Rede) manifestam "veemente repúdio" ao conteúdo de vídeo de reunião ministerial do governo Bolsonaro. Para a bancada, "o vídeo desfaz qualquer legitimidade do atual governo no comando dos destinos da Nação" e "indica a tentativa de formação de milícias em defesa de um projeto antinacional e antidemocrático".
Entre os aliados, a deputada Carla Zambelli (PSL) escreveu em seu Twitter: "Ao ex-padrinho @SF_Moro, gostaria de agradecer por ter contribuído para a reeleição do nosso PR @jairbolsonaro. Prezado, o Sr está desculpado", completou.
-
Órgão do TSE criado para monitorar redes sociais deu suporte a decisões para derrubar perfis
-
Relatório americano divulga censura e escancara caso do Brasil ao mundo
-
Mais de 400 atingidos: entenda a dimensão do relatório com as decisões sigilosas de Moraes
-
Lula afaga o MST e agro reage no Congresso; ouça o podcast
Contra “sentença” de precariedade, estados do Sul buscam protagonismo em negociação sobre ferrovia
Câmara de São Paulo aprova privatização da Sabesp com apoio da base aliada de Nunes
Lula afaga o MST e agro reage no Congresso; ouça o podcast
Governo Tarcísio vê sucesso na privatização da Emae após receber três propostas
Deixe sua opinião