Um dos conselheiros da Comissão Federal de Comunicação (FCC) dos Estados Unidos, Brendan Carr, afirmou neste sábado que a suspensão do X (antigo Twitter) no Brasil é ainda mais grave do que pode parecer.
Carr está entre os cinco conselheiros do órgão, que tem um papel semelhante ao da Anatel no Brasil. Na opinião dele, o bloqueio do X constitui um caso de censura política.
“O texto de sua decisão de 51 páginas é muito mais preocupante e abrangente do que as manchetes sugerem. As próprias palavras de Moraes deixam claro que ele está tentando dar um golpe mais amplo contra a liberdade de expressão e a favor de controles autoritários”, escreveu Carr, em uma publicação feita no próprio X.
O conselheiro notou que, em sua decisão, Moraes cita o Brexit e a eleição de Donald Trump em 2016 como exemplos de um populismo extremado que também está presente no Brasil. O ministro do STF também afirmo que a permanência do X poderia afetar as eleições municipais deste ano.
Em sua publicação, Carr lembrou que a censura por motivos político ou ideológicos é proibida pela Constituição brasileira. “Em outras palavras, Moraes está argumentando que a liberdade de expressão é uma ameaça à democracia — uma posição que é tão orwelliana quanto perigosa”, ele escreveu.
Carr também afirmou que a decisão de Moraes, a quem chamou de "autoritário", faz parte de um embate global entre a liberdade de expressão e a censura.
Filiado ao Partido Republicano, o conselheiro da FCC está no cargo desde 2017. Ele foi indicado pelo presidente Donald Trump e reconduzido por Joe Biden. Em ambos os casos, ele teve o nome aprovado pelo Senado de forma unânime.
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